Por Andrew Mills
DOHA (Reuters) - O presidente-executivo do Standard Chartered (LON:STAN), Bill Winters, disse nesta terça-feira que a venda do Credit Suisse (SIX:CSGN) para o UBS foi "surpreendente" dados os termos "incomuns" do acordo, que priorizou acionistas em detrimento dos detentores de títulos.
"A conclusão foi muito surpreendente para mim, em termos da maneira como o banco foi resolvido por meio dessa venda incomum para o UBS, com pagamentos incomuns associados a acionistas versus os detentores de títulos", disse Winters em audiência no Fórum Econômico do Catar, organizado pela Bloomberg.
Sob o acordo de resgate, elaborado pelas autoridades suíças durante um fim de semana de março, em meio a uma turbulência bancária mundial, o UBS concordou em comprar o Credit Suisse por 3 bilhões de francos suíços (3,4 bilhões de dólares) em ações e assumir até 5 bilhões de francos em perdas decorrentes do encerramento de parte do negócio.
Cerca de 18 bilhões de dólares em dívidas adicionais de nível 1 (AT1) do Credit Suisse ficaram sem valor na transação, levando a litígios por parte de detentores de títulos.
Winters disse que a crise bancária acabou, mas que ainda é necessária uma transformação dos bancos.
No mesmo evento, o presidente-executivo da Qatar Investment Authority, Mansoor Ebrahim al-Mahmoud, disse achar que o UBS fez um "bom negócio" com a aquisição do Credit Suisse.
O fundo soberano do Catar, o segundo maior investidor do Credit Suisse, explorou a possibilidade de buscar compensação pelas perdas incorridas na aquisição, noticiou a Reuters em 17 de maio, citando duas fontes familiarizadas com o assunto.