Por John Revill
BERNA (Reuters) - O presidente-executivo do UBS, Sergio Ermotti, alertou sobre cortes de pessoal após a aquisição do Credit Suisse (SIX:CSGN), que ele disse esperar que seja formalizada nos próximos dias.
"Não seremos capazes de criar, a curto prazo, oportunidades de trabalho para todos. As sinergias fazem parte da história", disse Ermotti em um evento organizado pela Asset Management Association Switzerland em Berna.
"Precisamos dar uma olhada séria na base de custo das organizações independentes e combinadas e criar um resultado sustentável", acrescentou. "Vai ser doloroso."
"Espero que nos próximos dias isso seja feito", disse Ermotti na sexta-feira. "Estamos finalizando os últimos quilômetros... temos mais de 170 aprovações dos reguladores."
Ermotti, que liderou o UBS de 2011 a 2020, voltou como presidente-executivo em abril para supervisionar o maior negócio bancário desde a crise financeira global.
Embora tenha enfatizado que foi uma aquisição e não uma fusão, Ermotti disse que o Credit Suisse tem muitas pessoas boas e talentosas, sugerindo que seus executivos podem desempenhar um papel maior no grupo combinado do que a equipe de liderança inicial revelada no mês passado pode ter indicado. Nessa remodelação, apenas o presidente-executivo do Credit Suisse, Ulrich Koerner, se juntou à liderança.
Ermotti também insistiu que a nova entidade combinada, que terá um balanço patrimonial de 1,6 trilhão de dólares, aproximadamente o dobro do tamanho da produção econômica anual da Suíça, não é muito grande para o país.
O Partido Social Democrata da Suíça elaborou propostas para reduzir os ativos do UBS após a aquisição do Credit Suisse para reduzir o risco de outro resgate caro apoiado pelo Estado.
"Não acho que somos grandes demais para a Suíça", disse Ermotti, acrescentando que no setor bancário "tamanho importa".