Por Mimosa Spencer
PARIS (Reuters) - Em um sinal da explosão das fortunas no setor de luxo da França, a Chanel irá inaugurar nesta quinta-feira um complexo imenso de ateliês, onde artesãos de cerca de uma dezena de fornecedores de acessórios poderão desenvolver sapatos, bordados e outras artes manuais.
A demanda reprimida dos compradores internacionais após meses de lockdown, e que está pronta para transbordar sobre as roupas e acessórios finos feitos no berço da alta costura --ou pelo menos estampados com o logo de uma das casas de moda mais famosas da França-- transformou o setor em um dos principais exportadores do país.
Com um olhar voltado para explorar o crescimento gerado pelo estímulo ao trabalho colaborativo, a Chanel reuniu cerca de 600 artesãos em mais de sete andares, incluindo dois pisos subterrâneos, no local em um subúrbio da classe trabalhadora em Paris.
As casas de artesanato representadas, cada uma delas com sua especialização, incluem a marca de lingerie Eres, a de decoração de interiores Lesage Interieurs e a joalheira Goossens.
"Quando precisamos trabalhar com a joalheria Goossens, por exemplo, não vamos precisar atravessar Paris para isso, vamos bater na porta ao lado e estamos lá", disse Hubert Barrere, diretor artístico da Maison Lesage, especialista em rendas.
"O mesmo acontece para plumagens... é um ganho extraordinário para a criatividade e as sinergias."
O presidente francês, Emmanuel Macron, visitou nesta quinta-feira o local como parte da inauguração oficial do complexo localizado no 19º distrito, na periferia da capital francesa, conhecido como 19M e que também inclui um espaço de exposições aberto ao público.
(Reportagem de Mimosa Spencer)