Pequim, 25 nov (EFE).- O governo chinês comemorou nesta segunda-feira a conquista de um "acordo de mínimos" - como nos anos anteriores - na Conferência da ONU sobre Mudança Climática COP 19, mas acusou as nações desenvolvidas de "não ter vontade suficiente para prometer reduções de emissões" ou dar ajuda financeira às nações em desenvolvimento.
"Em alguns pontos (das negociações) se está inclusive retrocedendo", afirmou hoje em entrevista coletiva o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Qin Gang, que assegurou que os países ricos "deveriam fazer o máximo possível por assumir suas responsabilidades" em matéria de redução de emissões.
A fonte oficial lamentou também que o grupo de nações desenvolvidas tenha prometido ajuda financeira e técnica aos países pobres para diminuir os efeitos da mudança climática, mas "sem especificar uma agenda", o que poderia significar que se trata de uma "promessa ilusória".
"Nas promessas de criação de um mecanismo para indenizar as nações em desenvolvimento, os países desenvolvidos deram uma aprovação inicial, após muitas pressões, mas não adquiriram um compromisso substancial, o que terá um impacto negativo em negociações futuras", opinou Qin.
A China mantém desde a cúpula de Copenhague, em 2009, a postura - comum a outras nações em desenvolvimento - de que somente os países ricos devem ser obrigados a limitar suas emissões de dióxido de carbono, por sua "responsabilidade histórica" no aquecimento global.
A potência asiática é o maior emissor atual de dióxido de carbono, o principal gás causador do "efeito estufa", mas seu governo defende que as nações ricas iniciaram suas emissões muitas décadas antes, por isso sua responsabilidade no problema climático é maior.
O porta-voz de Assuntos Exteriores chinês disse hoje que Pequim "teve um papel construtivo na conferência e fez grandes esforços para garantir seu sucesso", o que continuará fazendo no futuro. EFE