PEQUIM (Reuters) - A China se opõe às práticas discriminatórias dos Estados Unidos contra empresas chinesas, disse o Ministério das Relações Exteriores nesta quarta-feira, depois que o Departamento de Comércio norte-americano disse que um chip telefônico avançado fabricado pela Huawei pode violar restrições comerciais.
A fabricante de smartphones começou a vender seu dispositivo Mate 60 Pro contendo um chip que os analistas acreditam ter sido feito com um avanço tecnológico pela fabricante de chips chinesa SMIC.
O Departamento de Comércio disse este mês que está trabalhando para obter mais informações "sobre o caráter e a composição" do chip que pode violar as restrições comerciais, uma vez que disse que ele deve ter sido feito com tecnologia dos Estados Unidos.
A secretária de Comércio dos Estados Unidos, Gina Raimondo, disse na terça-feira em uma audiência na Câmara que o país não tem provas de que a Huawei possa produzir smartphones com chips avançados em grande volume, e que ela ficou incomodada com uma reportagem que dizia que a empresa era capaz de produzir um smartphone avançado.
Em resposta, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse que a China "se opõe ao fato de os Estados Unidos generalizarem o conceito de segurança nacional".
"Tais práticas discriminatórias e injustas contra as empresas chinesas minam os princípios do livre comércio e as regras econômicas e comerciais internacionais, além de perturbar a estabilidade da produção global e da cadeia de suprimentos", acrescentou ela.
A China e os Estados Unidos estão envolvidos em uma batalha contínua pela tecnologia de semicondutores.
Washington está considerando novas restrições sobre as vendas de microchips de inteligência artificial, após um conjunto abrangente de controles de exportação no ano passado para cortar a China de certos chips semicondutores feitos em qualquer lugar do mundo com equipamentos norte-americanos.
(Reportagem de Liz Lee, Ethan Wang e Bernard Orr)