Xangai (China), 7 jan (EFE).- A Comissão Reguladora das Bolsas de Valores da China anunciou nesta quinta-feira novas regras que limitarão a capacidade de venda de títulos dos grandes acionistas chineses a um máximo de 1% do total de ações de uma companhia.
Com isso, esses grandes acionistas, que detêm 5% ou mais dos títulos de uma empresa, não poderão negociar mais de um 1% do total em um prazo de três meses, e, além disso, deverão anunciar ao mercado seus planos de fazê-lo com pelo menos 15 dias de antecipação.
Essas regras, que entrarão em vigor no próximo sábado, também serão aplicadas ao mercado secundário, que acontece antes da abertura e no qual costumam ser decididas as vendas de títulos de grandes acionistas e principais diretores de empresas, embora os mesmos não sejam contabilizados no cômputo das ações.
A nova decisão sucederá outra medida, tomada durante o crack das bolsas de valores no ano passado para conter suas quedas e que impede que os grandes acionistas negociem qualquer um de seus títulos durante seis meses. Essa decisão expira amanhã e é apontada como uma das causas do colapso de hoje e da última segunda-feira, justamente porque amanhã é seu último dia.
Cerca de 1 trilhão de títulos seriam desbloqueados com o fim da medida e a comissão reguladora não esperava vendas maciças. No entanto, as quedas acentuadas de hoje e de segunda-feira foram causadas pela ação antecipada dos investidores, que queriam obter o máximo de lucro antes que seus títulos perdessem valor nos dias posteriores ao vencimento da medida, segundo suas previsões.
A nova decisão foi anunciada hoje pouco depois que as bolsas chinesas tiveram o pregão mais curto de sua história, que durou apenas 28 minutos, contando a paralisação de 15 minutos, entre fortes quedas dos índices SSE Composite (7,32%), em Xangai, e SZSE Component (8,35%), em Shenzhen.
A situação de hoje é ainda pior que a da última segunda-feira, quando os mercados chineses fecharam mais cedo pela primeira vez na história, 92 minutos antes de seu fechamento habitual.
O fim antecipado do pregão acontece em virtude de novas regras estabelecidas pela comissão reguladora das bolsas chinesas, que entraram em funcionamento na segunda-feira e estabelecem o mecanismo de 'circuit braker', pensado para que não se repitam as fortes quedas em cadeia do ano passado, que afetaram os mercados mundiais.