Money Times - Quase todas as novas plantas de carne bovina autorizadas pelos chineses, em setembro, já estão exportando. Na medida em que o calendário avança, todas as 17 estarão operando, além do que algumas aumentarão seu potencial, já que notoriamente nem todas tinham bois China suficientes neste mês e, assim, negociaram up grade nos contratos. No piso dos próximos dois meses, o Brasil embarca 60 mil toneladas mensais para lá.
Na soma de todos os destinos, tanto em novembro quanto em dezembro, seguindo a análise da INTL FC Stone, as vendas externas podem chegar a 180 mil toneladas, contra a tendência de que em outubro deva ficar em 170 mil. Portanto, sem China, 120 mil/t por mês.
Os dados, estudados por Caio Toledo Godoy, analista de gerenciamento de risco da consultoria, referendam a China-dependência, e estão quase próximos da previsão que ele fez e 24 de junho – e retratada aqui em Money Times (veja em Leia também) – quase dois meses antes da demorada habilitação chinesa. Hoje, ele tira 10 mil/t da previsão de 70 mil/t, mas não descarta que pode até errar, uma vez que as 60 mil/t de vendas à China em novembro e o bis em dezembro são um piso conservador.
Em informe da Agrifatto, por exemplo, as exportações de carne in natura para a China expande 31,38% (tanto contra média diária de setembro/18 quanto a outubro/18) com a entrada das novas unidades exportadoras em ação. Em trabalho da zootecnista Caroline Matos, nota-se também que o “preço médio da tonelada também avançou, registrando-se em US$ 4.396,09 – alta de 3,52% em relação a setembro último”.
De janeiro a setembro, de acordo com estatísticas do governo, as vendas externas totais representaram 1,2 milhão/t, contra igual período do ano anterior, com os chineses participando com 253 mil/t, crescimento de 11,2%. O efeito na fazenda é a alta constante dos animais, puxando inclusive os comuns, rompendo os R$ 170,00 por @ em São Paulo.
Ao regionalizarmos os novos embarques internacionais à segunda maior economia mundial, já em setembro o Mato Grosso teria sentido uma diferença substancial. Apesar de que as habilitações foram anunciadas no dia 9, o Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária Imea) afirma que o volume 20% maior deveu-se à demanda chinesa.
Pode fazer algum sentido, porque Caio Toledo Godoy, da FC Stone avalia que Mato Grosso, com seis novas plantas habilitadas, está tendo um ganho mais rápido que outros. Isto porque o estado tem oferta de boi suficiente, inclusive de boi Europa, que estão acima das condições exigidas pelos chineses (até 30 meses e quatro dentes).
A expectativa potencial dobra as apostas para 2020, com as boas chances de que novas plantas sejam autorizadas a qualquer momento.