Por Senad Karaahmetovic
Embora as ações americanas possam registrar um rali no último trimestre do ano, em razão do posicionamento extremamente baixista, o mercado pode retomar a queda nos meses subsequentes, de acordo com estrategistas do Bank of America (NYSE:BAC).
Uma recessão está chegando, alertam. O “choque de recessão” resultará em novas máximas nos spreads de crédito e novas mínimas para as ações, provavelmente no primeiro trimestre do ano que vem.
“O posicionamento para a recessão requer a compra de títulos e a venda de ações, bem como a venda de hedges em dólares na expectativa de uma mudança prematura na política monetária", disseram os estrategistas em nota aos clientes.
Os estrategistas ressaltaram que o retorno dos títulos americanos no longo prazo despencou até a mínima de 50 anos de 0,7%, contra 9,7% em março de 2020.
“Até agora em 2022, as treasuries acumulam uma queda anualizada de 23%, a pior desvalorização desde 1788 e a segunda queda anual seguida; a última vez em que isso aconteceu foi em 1959”, afirmaram os estrategistas.
Na semana até quarta-feira, 26 de outubro, cerca de US$ 28,4 bilhões foram alocados em caixa e US$ 22,9 bilhões em ações, maior influxo de recursos em 7 meses. O setor de tecnologia se destacou pelas robustas entradas de fluxo (US$ 2,3 bilhões). O rali de apetite para o risco também registrou a maior entrada de fluxo em ações de mercados emergentes desde abril e, para o setor financeiro, em nove meses.
Os estrategistas também ressaltaram que o indicador Bull & Bear do Bank of America continua em zero, sinalizando “máximo” sentimento de baixa pela sexta semana consecutiva.
“O sentimento, como sabemos, ainda é o melhor caso para um rali no 4º tri”, concluíram.