SÃO PAULO (Reuters) - O presidente-executivo da Cielo (SA:CIEL3), Eduardo Gouveia, disse nesta terça-feira que a companhia pode ter queda nas margens das receitas com as taxas cobradas dos lojistas pelo aluguel dos terminais de pagamentos (MDRs) em 2017.
Ainda assim, Gouveia disse que o foco da Cielo será o lucro, mesmo que isso faça a companhia abdicar de fatia de mercado.
Ao divulgar os resultados do quarto trimestre de 2016 na noite de segunda-feira, a Cielo previu que seu volume de cartões neste ano no país deve crescer de 4 a 6 por cento.
Gouveia disse também que o ciclo de queda da Selic pode pressionar as receitas financeiras da companhia, mas que isso pode ser compensado por maiores volumes de negócios.
O executivo afirmou ainda esperar que a Cielo encerre 2017 com até 150 mil unidades do LIO, terminal lançado no ano passado que possibilita a captura de pagamentos e a gestão de negócios, além de serviços customizados para clientes do varejo.
"O aumento do investimento previsto para 2017, tem a ver com o foco em terminais LIO, que são mais caros", disse Gouveia.
Em relatório, o Itaú (SA:ITUB4) BBA classificou o resultado da Cielo como sem brilho, especialmente considerando a fraqueza das receitas no quarto trimestre, que é tido como o melhor do ano.
"O lucro por ação um pouco abaixo do que esperávamos implica aumento dos riscos para nossas estimativas", escreveram os analistas Alexandre Spada, Thiago Batista e Vitor Corona.
Às 15:10, a ação da Cielo caía 1,38 por cento na bolsa paulista, enquanto o Ibovespa subia 0,58 por cento.
(Por Aluísio Alves)