SÃO PAULO (Reuters) - Os cinco maiores bancos brasileiros anunciaram nesta quinta-feira a criação de uma gestora de inteligência de crédito (GIC) com o objetivo de formar um banco de dados que permitirá ao setor bancário e outras instituições de crédito aprimorar a capacidade de análise e gestão de suas carteiras de empréstimos, tanto de pessoas físicas como jurídicas.
Itaú Unibanco (SA:ITUB4), Bradesco (SA:BBDC4), Santander Brasil (SA:SANB11), Banco do Brasil (SA:BBAS3) e Caixa Econômica Federal terão, cada um, 20 por cento do capital da GIC, que será estruturada como uma sociedade anônima, disseram os bancos em comunicados.
A LexisNexis Risk Solutions, empresa do Relx Group especializada em fornecimento global de soluções de análise e gerenciamento de riscos, será a parceira técnica dos bancos para a criação da GIC, que ainda necessita da aprovação de órgãos reguladores.
O anúncio confirma informação publicada pela Reuters na véspera, em que fontes com conhecimento do assunto afirmaram que o objetivo da GIC é destravar o chamado cadastro positivo, em que o sistema financeiro concede taxas de juros menores a clientes com bom histórico de adimplência.
Segundo as fontes, os bancos preferiram ter uma central própria, na qual podem compartilhar informações entre si, do que usar dados da Serasa Experian (L:EXPN) ou da Boa Vista, que juntas compartilham um bureau de crédito.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirmou nesta quinta-feira esperar que a GIC contribua, no futuro, "para a queda de spreads, da inadimplência e do superendividamento de clientes".
"Com melhores condições de crédito, será possível ampliar o acesso da população às linhas de crédito disponíveis nas instituições financeiras", afirmou a Febraban.
A entidade comentou que a partir do acordo para criação da GIC espera-se que a nova empresa leve cerca de quatro anos para realizar a estruturação tecnológica e geração de dados que viabilizem a operação.
(Por Alberto Alerigi Jr.)