BOGOTÁ (Reuters) - A procuradoria da Colômbia prendeu um ex-vice-ministro do governo do ex-presidente Álvaro Uribe suspeito de ter recebido 6,5 milhões de dólares em suborno da Odebrecht [ODBES.UL] em um caso envolvendo um contrato de rodovia assinado em 2009.
Gabriel Garcia Morales, que era diretor de um instituto que coordenava concessões de rodovias e que foi vice-ministro de Transportes de Uribe, é a primeira pessoa presa na Colômbia em conexão com o escândalo de propinas da Odebrecht.
"A Procuradoria tem evidência de que o sr. Garcia exigiu o pagamento de 6,5 milhões de dólares para garantir que a Odebrecht seria a empresa escolhida para a Ruta del Sol Dos, excluindo outros competidores", disse o promotor Nestor Humberto Martínez a repórteres.
Ele disse que uma investigação irá buscar estabelecer quem mais estaria envolvido, e afirmou que propinas no valor de 4,5 milhões de dólares foram pagas pela empresa brasileira durante a atual administração do presidente Juan Manuel Santos.
A Odebrecht, maior companhia de engenharia da América Latina, se disse culpada em dezembro em tribunal federal norte-americano por conspiração de violação da lei de propinas estrangeiras após uma investigação envolvendo pagamentos de suborno na Petrobras (SA:PETR4).
De 2001 a 2016, a Odebrecht pagou centenas de milhões de dólares em propinas relacionadas a projetos em 12 países, incluindo Brasil, Argentina, Colômbia, México e Venezuela, de acordo com documentos da acusação nos EUA.
(Reportagem de Luis Jaime Acosta)