Por Tim Kelly e Naomi Tajitsu
TÓQUIO (Reuters) - O ex-presidente da Nissan Carlos Ghosn saiu da prisão em Tóquio nesta quarta-feira após pagar fiança de 9 milhões de dólares, em um caso em que ele é acusado de fraude financeira durante sua gestão no grupo automotivo.
Ghosn, um dos executivos de automóveis mais proeminentes do mundo, cujo resgate da Nissan duas décadas atrás fez dele uma celebridade na indústria e no Japão, estava irreconhecível quando saiu da Casa de Detenção de Tóquio, onde ficou detido por mais de 100 dias em uma pequena cela sem aquecimento.
Cercado por seguranças e vestido com um uniforme de operário e um boné azul, o rosto de Ghosn ficou escondido por óculos grossos e uma máscara do tipo cirúrgico. Ele conseguiu evitar muitos dos repórteres que acampavam no local antes de ser levado embora em uma pequena van.
Ghosn pagou a fiança de 1 bilhão de ienes (9 milhões de dólares), uma das mais altas do Japão, depois que a Corte do Distrito de Tóquio rejeitou um último recurso dos promotores para mantê-lo na cadeia. Ele afirma que as acusações não têm base.
Ghosn, também ex-presidente da Renault e da Mitsubishi, concordou com condições rigorosas de fiança e deu garantias de que permanecerá em Tóquio, entregará seu passaporte ao seu advogado e se submeterá a uma ampla vigilância.
Ele concordou em instalar câmeras nas entradas e saídas de sua residência, e está proibido de usar a internet ou enviar e receber mensagens de texto. Ghosn também está proibido de se comunicar com as partes envolvidas em seu caso, e o acesso ao computador apenas é permitido no escritório de seu advogado.
"Sou inocente e totalmente comprometido em me defender vigorosamente em um julgamento justo contra essas acusações sem fundamento", disse ele em um comunicado na terça-feira.
(Por Naomi Tajitsu, Chang-Ran Kim e David Dolan)