VADO HONDO, Guatemala (Reuters) - Forças de segurança da Guatemala reprimiram por horas, às vezes agredindo integrantes com varas, o avanço da primeira grande caravana de imigrantes da América Central em 2021, que partiu de Honduras na sexta-feira rumo aos Estados Unidos.
Após cruzar à força o ponto de fronteira de Florido, milhares de imigrantes começaram a se concentrar no sábado em um posto de controle militar em Vado Hondo, em Chiquimula, onde lhes foram pedidos documentos e um teste negativo de Covid-19, em meio a brigas que se tornaram em conflitos.
Dois grupos com um total de 6 mil imigrantes se uniram na madrugada de domingo para tentar atravessar a barricada com mais de 3 mil policiais e soldados, mas foram contidos, disse a autoridade de imigração da Guatemala.
Imagens compartilhadas pelo governo guatemalteco mostraram centenas de imigrantes, muitos sem máscaras, pressionando contra um muro das forças de segurança, que usavam varas para repelir as pessoas.
"Vários feridos foram relatados, imigrantes, militares e funcionários de imigração", disse a porta-voz do Instituto Guatemalteco de Imigração (IGM), Alejandra Mena, sem especificar o número, e acrescentando que o apoio de funcionários da saúde está sendo coordenado para atender feridos.
As autoridades guatemaltecas haviam calculado no dia anterior que de 7 mil a 8 mil pessoas haviam entrado em seu território desde sexta-feira, tentando fugir da violência e da pobreza, agravadas pela pandemia da Covid19 e pela passagem de dois furacões na região no fim de 2020.
Entre sexta e sábado, a Guatemala enviou de volta quase mil imigrantes que vieram de Honduras, disse a autoridade de imigração, enquanto a caravana avançava em rumo ao México.
O governo mexicano, que reforçou os controles na sua fronteira sul, reconheceu o trabalho da Guatemala para atuar de maneira "firme e responsável" em relação aos contingentes de imigrantes que "violaram sua soberania".
A caravana ocorre poucos dias antes da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, que prometeu um foco mais humano para a imigração, em contraste com o seu antecessor Donald Trump. Mas há compromissos vigentes e, portanto, é provável que os imigrantes enfrente mais pressões pelo caminho.
(Sofía Menchú e Luis Echeverría na Guatemala, Gustavo Palencia em Tegucigalpa e Laura Gottesdiener em Monterrey)