Investing.com - Desde o anúncio de que estaria nos planos do governo federal de privatização das estatais, as ações da Telebrás acumulam uma forte disparada. Nesta terça-feira, até às 12h00 os papéis preferenciais (SA:TELB4) avançavam 56,27%, negociada a R$ 85,95, e as ordinárias (SA:TELB3) tinham ganhos de 60,00% a extraordinários R$ 480,00. Às 15h07, os ganhos diminuíram. As preferenciais ainda contavam com uma elevação de 29,09% a R$ 71,00, enquanto as ordinárias passavam a cair 54,67% a R$ 135,99.
Considerando a máxima atingida na sessão desta terça-feira, a alta acumulada em cinco pregões é de mais de 250% para as PN, que fecharam a terça-feira da semana passada a R$ 22,78. Já as ON somam quase 2.000%, partindo de um fechamento de R$ 23,88 no último dia 20.
A lista de privatização elaborada pelo Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), da Presidência da República, foi divulgada na última quarta-feira e foram o vetor deste salto. No fechamento de ontem, as ações ON eram a segunda mais cara da bolsa brasileira. Já o volume de negociação das PN esteve perto de R$ 50 milhões na semana passada.
Com base no fechamento de ontem, o valor de mercado da companhia chegou a R$ 12,35 bilhões, uma disparada de mais R$ 10 bilhões em alguns dias, e que representa mais de 100 vezes o patrimônio da empresa. Valor de mercado que já supera Gol (SA:GOLL4), Usiminas (SA:USIM5) e Totvs (SA:TOTS3).
Dependência
No começo do mês, o Valor Econômico destacou que a Telebrás passou a ser classificada com uma empresa dependente do Tesouro. Com isso, ela passa a ser incluída no Orçamento da União de 2020, que ainda está em fase de elaboração.
Também de acordo com o Valor, a estatal está sob investigação da Controladoria-Geral da União (CGU), por irregularidades no uso dos recursos provenientes dos aportes feitos pela União na empresa.
A Telebrás, somente no ano passado, teve aporte de R$ 450 milhões do Tesouro, sendo R$ 329 milhões para o programa do satélite geoestacionário e R$ 121 milhões para o Programa Nacional de Banda Larga. Parte desses recursos teria sido usada para o pagamento de despesas correntes, o que é vedado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).