Bruxelas, 27 jun (EFE).- A Comissão Europeia alertou nesta quarta-feira que o grau das medidas de austeridade que a Espanha está realizando no atual contexto de recessão pode "ter o efeito de dificultar o crescimento econômico".
O Executivo comunitário fez a análise em seu relatório trimestral sobre o emprego e as condições sociais na União Europeia, publicado hoje.
A Comissão afirmou que a Espanha está atravessando "um profundo ajuste estrutural", e lembrou que no último trimestre de 2011 o país entrou em recessão devido "a uma deterioração do mercado de trabalho maior que o esperado, a diminuição dos gastos públicos e a deterioração das condições de crédito", além da conjuntura exterior.
O orçamento de 2012 incluía "fortes cortes das despesas", incluindo setores como saúde e educação", assinalou o relatório. O documento também mencionou as reformas trabalhistas que estão em andamento no país, e ressaltou "a modificação de dois níveis da estrutura do mercado de trabalho e a descentralização do sistema de negociação coletiva".
Além disso, lembrou que a taxa de desemprego alcançou na Espanha 23,8% no primeiro trimestre de 2012, 16% acima em relação a 2007 e mais do dobro da média da UE (10%).
Segundo as previsões da Comissão, o desemprego continuará aumentando na Espanha até alcançar 24,4% em 2012 e 25% em 2013. A taxa de desemprego juvenil, por sua parte, "aumentou durante os últimos cinco anos e bateu novos recordes ao alcançar 51% no primeiro trimestre de 2012".
A pobreza e a exclusão social também estão aumentando desde 2009, segundo o relatório, que assinalou que em 2010, 25,5% dos espanhóis estavam em risco de pobreza ou exclusão social.
A percentagem de pessoas que vivem em lares onde nenhum membro da família tem emprego duplicou entre 2007 e 2010, de 6,2% até 12%. Em relação à situação geral da UE, o relatório destacou que o emprego e as condições sociais "continuam se deteriorando", embora frisou que as diferenças entre os países comunitários "seguem significativas".
O desemprego aumentou na maioria dos 27 países da UE desde o começo do ano até superar a média de 10%, o que demonstra "a urgente necessidade de uma solução robusta para a crise econômica e financeira", afirmou o comissário europeu de Emprego e Assuntos Sociais, Laszlo Andor. EFE