SÃO PAULO (Reuters) - A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) concluiu em parecer divulgado quarta-feira que a compra da distribuidora de combustíveis Ale pela Ipiranga, da Ultrapar (SA:UGPA3), pode resultar em elevação de preços na distribuição e na revenda.
Essa alta nos preços dos combustíveis, acrescentou o órgão, ocorreria em função "do aumento do poder de mercado da Ipiranga e da maior possibilidade de atuação coordenada das empresas do setor", dominado por quatro companhias (BR Distribuidora, da Petrobras (SA:PETR4); Raízen, da Shell e Cosan (SA:CSAN3); Ipiranga e Ale).
Segundo o parecer da Superintendência, os mercados mais afetados pela operação são os de gasolina, diesel e etanol.
"Por essa razão, a operação foi impugnada para análise do Tribunal do Cade, órgão responsável pela decisão final sobre a aprovação, reprovação ou adoção de eventuais remédios que afastem os problemas identificados", afirmou o órgão em nota.
O acerto da compra da Ale pela Ipiranga, por 2,17 bilhões de reais, foi anunciado em meados do ano passado.[nL1N1940BA]
Em nota, o grupo Ultra afirmou que seguirá buscando a aprovação da operação no Tribunal do Cade e colaborando com o órgão para "afastar preocupações concorrenciais identificadas em parecer técnico elaborado pela Superintendência-Geral".
As determinações do tribunal podem ser aplicadas de forma unilateral ou mediante acordo com as partes.
O ato de concentração foi notificado em 19 de setembro de 2016, e o prazo legal para a decisão final do Cade é de 240 dias, prorrogáveis por mais 90.
(Por Roberto Samora)