Miami, 16 mai (EFE).- O enorme poder de compra dos hispânicos nos Estados Unidos transformará esta comunidade na nona maior economia mundial até 2015, quando o valor chegará a US$ 1,5 trilhão, anunciou nesta quarta-feira Monica Gil, vice-presidente do instituto Nielsen, responsável pela pesquisa.
"Somos 50 milhões de latinos nos EUA, atualmente a 12ª maior economia do mundo, entre Espanha e Itália, e, dentro de três anos, vamos ser a nona", defendeu a direção de Assuntos Públicos e Relações Governamentais da maior companhia de análise de mercado e tendências de consumo.
Em entrevista à Agência Efe, Monica mostrou convicção de que o rápido aumento da capacidade aquisitiva dos hispânicos (com um crescimento de 50% entre 2010 e 2015) está não só transformando o presente do país, mas "marcará seu futuro".
Neste contexto, "qualquer companhia americana que queira expandir seu negócio deve captar esta comunidade", ressaltou a vice-presidente, que participará na quinta-feira da conferência bienal do Conselho Nacional Cubano-americano (CNC), que abordará assuntos como os padrões de consumo dos hispânicos e as tendências demográficas.
Sob o título "Os hispânicos no futuro da América", a reunião examinará, além disso, aspectos como a liderança das mulheres latinas e a penetração no mercado hispânico, o "grupo demográfico que mais vai ajudar as empresas a expandirem seus negócios", disse Monica.
Segundo dados do Nielsen, a presença de hispânicos em estados como Oregon, Utah, Iowa, Minnesota e Washington D.C. teve um crescimento significativo, algo inédito até agora.
"Os hispânicos estão crescendo em áreas onde não esperávamos", declarou Monica, para quem isto significa que este segmento da população, "com ou sem imigração, vai continuar crescendo" no conjunto do país.
Outro fator substancial para entender o peso dos hispânicos no mercado atual americano é o que a especialista denominou como "sustentabilidade cultural", um modelo que reflete uma "mudança cultural nos EUA".
Quando uma em cada seis pessoas nos EUA é hispânica, "já não se trata somente de um segmento da população, mas parte do 'mainstream' (corrente dominante)", ressaltou Monica, em explicação a companhias de publicidade, que "tentam entender o que é realmente este mercado, que idioma preferem e o que é culturalmente relevante" para eles.
Nesse sentido, Monica indicou que os latinos "tendem a ser leais a uma marca" e o idioma "pode influir para se conectar com esta audiência". Os latinos "não são somente um alvo, mas seu negócio", afirmou.
A diretoria do Nielsen comentou que, embora vá às compras numa média de 149 vezes por ano, número um pouco menor que o do mercado geral, o público hispânico "gasta mais" em cada saída, em média US$ 52, enquanto o restante do público desembolsa US$ 47.
Além disso, o padrão de compras do hispânico é diferente tanto nos produtos que adquire como na maneira de entender o fato de ir de compras.
"Nós compramos de maneira diferente: levamos nossos filhos conosco, vamos com a família", destacou a diretoria do Nielsen. E a despesa se divide, principalmente, entre produtos de alimentação de bebês, artigos de beleza e saúde e alimentação, como verduras e cereais. EFE