SÃO PAULO (Reuters) - A concessionária RIOgaleão, que administra o aeroporto internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, espera conseguir um acordo com o governo Temer para reequilibrar o contrato de concessão e obter empréstimo de longo prazo para investimentos previstos no leilão do terminal em 2013.
Na véspera, o secretário de coordenação do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), Tarcísio de Freitas, afirmou que o aeroporto tem chance de ser novamente licitado diante das dificuldades enfrentadas pela RIOgaleão.
"A concessionária está confiante que será possível chegar a um entendimento entre as partes para dar o necessário reequilíbrio ao contrato, a fim de garantir a sua continuidade de forma sustentável permitindo a constante melhoria e crescimento do aeroporto para os seus usuários", afirmou a empresa em comunicado.
A companhia, controlada por Odebrecht TransPort, Changi Airports International (CAI) e Infraero, afirmou que ainda aguarda a liberação de um empréstimo de longo prazo previsto no edital do leilão, vencido pela empresa em um leilão em que se propôs pagar 19 bilhões de reais pela concessão de 25 anos.
Na avaliação de Freitas, o aeroporto do Galeão é atualmente um dos projetos concessionados no governo da ex-presidente Dilma Rousseff em situação mais delicada.
Segundo a RIOgaleão, graças a investimentos realizados pela companhia com recursos próprios dos acionistas e empréstimo de curto prazo do BNDES, "a operação do aeroporto durante as Olimpíadas, inclusive no dia mais desafiador do embarque recorde de 85 mil passageiros, se tornou um sucesso amplamente reconhecido".
A empresa afirma que a recessão de dois anos no Brasil junto com a retenção do empréstimo de longo prazo "exigem que se faça a reprogramação dos pagamentos anuais da outorga, originalmente previstos, sem alteração do seu valor total ou seja, sem perda para o governo".
No final de julho, o presidente da RIOgaleão, Luiz Rocha, afirmou à Reuters que a empresa buscava uma redução do valor da parcela anual da outorga do aeroporto por um período de 5 a 7 anos, uma vez que a crise econômica reduziu a receita do grupo. A parcela da outorga desse ano é de aproximadamente 900 milhões de reais.
(Por Alberto Alerigi Jr.)