SÃO PAULO (Reuters) - A JBS (SA:JBSS3) informou neste domingo que seu conselho de administração elegeu José Batista Sobrinho como presidente-executivo da maior empresa mundial de carnes processadas, no lugar do filho Wesley, que está preso por insider trading.
A decisão acontece na esteira de forte pressão encabeçada pelo BNDESPar, braço de participações do BNDES, que detém 21,3 por cento da companhia, e que vinha defendendo abertamente o afastamento de Wesley do comando da JBS.
A pressão cresceu após Wesley ter sido preso na quarta-feira pela Polícia Federal, sob a acusação de que, junto com seu irmão Joesley, teria usado informações privilegiadas para ganhar dinheiro no mercado financeiro, vendendo ações da JBS e comprando dólares, antes de um acordo de delação premiada, em maio.
A delação, que envolveu o presidente Michel Temer, provocou forte queda das ações e alta do dólar.
Joesley já tinha se entregado à Polícia Federal no domingo passado, junto com o ex-executivo da J&F Ricardo Saud, em outra ação.
A J&F é a holding da família Batista que controla a JBS e outras empresas.
Segundo a JBS, o conselho também definiu a criação de um time global para assessorar a presidência da empresa, que inclui os executivos da empresa Gilberto Tomazoni, André Nogueira e Wesley Batista Filho, este último filho de Wesley.
“A nova estrutura global de liderança oferece continuidade e preparo para os nossos novos desafios”, disse em nota Tarek Farahat, presidente do conselho da JBS.
O conselho também definiu que a diretoria buscará um diretor para a área financeira da JBS.
Além disso, Aguinaldo Gomes Ramos Filho, executivo com experiência nas operações da JBS no Brasil, Uruguai e Paraguai, passa a substituir o ex-presidente Wesley no conselho de administração.
(Por Aluísio Alves; Edição de Marcela Ayres)