FRANKFURT (Reuters) - Os presidentes dos bancos centrais de Áustria, Bélgica e Alemanha discordaram nesta quinta-feira da decisão do Banco Central Europeu (BCE) de continuar com suas compras de títulos ao longo dos próximos anos, disseram fontes com conhecimento do assunto à Reuters.
O BCE reduziu o ritmo de compras de títulos sob seu Programa de Compra de Emergência Pandêmica (PEPP, na sigla em inglês)nesta quinta-feira, mas também disse que vai reinvestir recursos do esquema até 2024 e manter seu Programa de Compra de Ativos (APP, na sigla em inglês) --em vigor desde antes da pandemia-- em aberto.
Os formuladores de política monetária conservadores, que se opuseram a decisões do BCE no passado, argumentaram que o horizonte de reinvestimento é muito longo, comprometendo o BCE com um futuro distante, mesmo que a inflação possa ficar acima da meta.
Os conservadores --Robert Holzmann, da Áustria, Pierre Wunsch, da Bélgica e Jens Weidmann, da Alemanha-- também discordaram da projeção de alta dos preços, enfatizando que a inflação pode vir acima da taxa de 1,8% atualmente prevista para 2023 e 2024.
O BCE não quis comentar. Os bancos centrais de Áustria, Bélgica e Alemanha não puderam ser contatados imediatamente para comentar o assunto.
Wunsch não tinha direito a voto na reunião desta quinta-feira.
(Por Francesco Canepa)