SÃO PAULO (Reuters) - A construtora Longitude, que opera no interior paulista, deu partida no que pode ser a primeira captação de recursos no mercado por meio de financiamento coletivo, ou crowdfunding, regulamentado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Com sede cidade de Indaiatuba, na região de Campinas, a Longitude pediu registro de companhia aberta da CVM nesta segunda-feira.
"Estamos montando a estrutura necessária para fazer captação", disse à Reuters o diretor-executivo da Longitude, Guilherme Bonini, um dos quatro sócios principais da empresa. "A ideia é fazer via crowdfunding".
Estrutura normalmente usada para arrecadar recursos para artistas, campanhas políticas e filantropia, o crowdfunding ainda não é regulamentado no país.
A CVM concluiu no fim do ano passado uma audiência pública sobre o tema, num passo que normalmente precede uma instrução normativa, que deve ser divulgada ainda neste ano.
O crowdfunding em geral estipula uma meta de arrecadação que deve ser atingida para execução do projeto. Se os recursos arrecadados forem inferiores à meta, o projeto não é financiado e o montante devolvido aos doadores.
Segundo Bonini, a estrutura de uma possível captação da Longitude ainda não foi concluída.
Assim como ele, os outros três sócios da companhia são egressos do mercado financeiro e do setor imobiliário. Segundo informações da Longitude, seu volume de negócios em 2016 atingiu 1,2 bilhão de reais.
A Longitude desenvolve empreendimentos residenciais e comerciais em 14 cidades do interior paulista, incluindo Campinas, Itu, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e Limeira.
(Por Aluísio Alves)