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Consultor pró-mercado surge como improvável novo CEO da Petrobras

Publicado 29.03.2022, 14:05
© Reuters. Logo da Petrobras em refinaria de Paulínia
1/7/2017 
REUTERS/Paulo Whitaker
PETR4
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Por Gram Slattery e Gabriel Araujo

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro fez pouco segredo nas últimas semanas de sua ira contra a Petrobras (SA:PETR4) em relação ao aumento dos preços dos combustíveis, indicando a possibilidade de trocar o presidente-executivo da estatal.

No entanto, Adriano Pires, o escolhido para o cargo na segunda-feira, não se encaixa em um perfil que o mercado poderia esperar considerando as falas de Bolsonaro.

Conhecido consultor de energia e acadêmico que já trabalhou na agência reguladora de petróleo ANP, Pires é um defensor ferrenho das políticas pró-mercado​​ na Petrobras criticadas por Bolsonaro, particularmente a maneira como a estatal acompanha os mercados globais de energia com seus preços domésticos de combustíveis.

Em um debate público no mês passado, Pires disse que o Brasil deveria torcer para os preços do Brent superarem 200 dólares por barril, para que o governo pudesse arrecadar dezenas de bilhões de dólares, incluindo dividendos como o maior acionista da Petrobras.

LEIA MAIS: Petrobras: Troca de CEO mancha governança, mas não deve afetar política de preços

Em uma coluna para o blog financeiro Brazil Journal neste mês, ele criticou a empresa por manter os preços domésticos muito abaixo dos benchmarks globais.

Essa pode ser uma das razões pelas quais o mercado parece ter aceitado o golpe repentino no atual CEO Joaquim Silva e Luna.

As ações preferenciais da empresa na bolsa do Brasil abriram em alta de 2% nesta terça-feira, mesmo em meio a temores de que o abalo possa pressagiar uma pressão política mais intensa, diante das eleições de outubro no Brasil.

"Pires é um nome com histórico técnico no setor de energia e que simpatiza com a política de preço atualmente praticada pela petrolífera, e, portanto, não vemos impactos negativos, por ora, no médio prazo", escreveu o analista da Guide Investimentos, Rodrigo Crespi, em nota aos clientes.

Pires, que não respondeu a um pedido de comentário, é doutor pela Sorbonne e cofundador do "think tank" Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

Ele é colunista de longa data, consultor e professor de política energética, e passou cerca de dois anos e meio em cargos de alto escalão na ANP até 2001, de acordo com seu perfil no LinkedIn.

Em comentários e artigos públicos, Pires já defendeu medidas que protegessem os consumidores dos altos preços dos combustíveis sem incorrer em perdas para a Petrobras e o setor privado.

Em particular, ele apoia a criação de um fundo do governo, financiado em parte por royalties atualmente pagos por petroleiras brasileiras, que ajudaria a estabilizar os preços do combustível nas bombas durante períodos de alta volatilidade.

© Reuters. Logo da Petrobras em refinaria de Paulínia
1/7/2017 
REUTERS/Paulo Whitaker

Bolsonaro também demonstrou interesse nessa medida, que aguarda apreciação na Câmara depois que aliados do governo aprovaram um projeto de lei no Senado.

No entanto, a proposta encontrou forte resistência do ministro da Economia, Paulo Guedes, que argumenta que o fundo serviria pouco ao propósito social, principalmente quando comparado ao seu enorme impacto potencial nas finanças públicas.

(Por Gram Slattery no Rio de Janeiro e Gabriel Araujo em São Paulo)

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