Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - Acionistas controladores da Taurus venderam ações da companhia na véspera, mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro cumpriu promessa de campanha com assinatura de decreto que facilitou a posse de armas no país.
De acordo com o comunicado ao mercado da empresa, a Tauruspar Participações, na qualidade de acionista controladora da companhia, vendeu no pregão da véspera 260 mil ações ordinárias e 923 mil preferenciais. Os montantes equivalem a participações de 0,56 por cento, no caso das preferenciais, e de 3,27 por cento das ordinárias.
A Tauruspar afirmou que "essa transação foi efetuada para obtenção de recursos financeiros e não objetiva alterar a composição do controle ou a estrutura administrativa da companhia".
Até a segunda-feira, os papéis preferencias da Taurus tinham em 2019 um ganho de 104,94 por cento, depois de subirem 88,37 por cento em 2018, em grande parte apoiados em sinalizações de Bolsonaro, no sentido de ampliação de investimentos em segurança pública e liberalização nas regras de posse de armas.
Os papéis ordinários da companhia acumulavam em 2019 alta de 85,80 por cento até o dia 14, depois de subirem 146,91 por cento em 2018. Na terça-feira, as ações das duas classes fecharam em queda de mais de 20 por cento.
Nesta quarta-feira, por volta de 13h, as PNs tinham queda de 16,1 por cento e as ONs tinham declínio de 17,3 por cento. No mesmo horário, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, mas que não tem os papéis da Taurus em sua composição, tinha variação positiva de 0,11 por cento. O governo indicou que estuda abertura do mercado de fabricação de armas a estrangeiros.
Com as vendas de ações, a Tauruspar passou a ser titular de um total de 45.739.340 ações de emissão da fabricante de armas, representativas de 61,24 por cento do capital social da companhia.