SÃO PAULO (Reuters) - A Copel (BVMF:CPLE6) está caminhando com a estruturação do leilão de privatização da usina hidrelétrica Foz do Areia, ao mesmo tempo em que avança com estudos para uma potencial alienação da termelétrica Araucária, disse nesta sexta-feira o CEO da elétrica paranaense, Daniel Slaviero.
Em teleconferência sobre os resultados trimestrais, o executivo comentou que a empresa já contratou assessores financeiros e jurídicos para estruturar a alienação do controle de Foz do Areia, e reiterou a previsão de realizar o leilão na B3 (BVMF:B3SA3) no quarto trimestre de 2023.
Slaviero avaliou como "adequado" o valor mínimo de cerca de 1,8 bilhão de reais que deverá ser pago pelo ativo a título de bônus de outorga à União.
"Entendemos que o valor (publicado pelo governo) está muito adequado ao tamanho e à capacidade de geração de receita e resultado que o ativo tem... É um valor que se mostrou bastante razoável e adequado."
Com 1.676 megawatts (MW) de capacidade instalada, a hidrelétrica, localizada no Paraná, é o principal ativo de geração da Copel e tem sua concessão expirando em dezembro de 2024.
Empresas como Engie (BVMF:EGIE3) Brasil e Auren Energia já declararam interesse em estudar essa privatização.
"A área de novos negócios está trabalhando com a equipe interna e com esses assessores para... colocar o processo no mercado", comentou Slaviero.
Em paralelo, a Copel também está estudando um possível desinvestimento da usina Araucária (UEGA), uma termelétrica movida a gás natural.
Segundo o CEO, o modelo da potencial venda ainda não está definido, mas a tendência é de alienação de 100% das ações, dada a intenção da elétrica de descarbonizar seu portfólio e focar nas fontes renováveis de geração de energia.
"O ativo está no centro de carga, com 484 megawatts, recentemente passou por um... retrofit completo".
"Esperamos que nos próximos meses esse estudo (sobre Araucária) evolua", acrescentou.
Especulação sobre privatização
Ainda na teleconferência, Slaviero disse não ter informações, além das que já são públicas, relacionadas ao estudo que será feito pelo governo do Paraná, controlador da Copel, para explorar opções de "otimização de investimentos" na elétrica.
"Nós ainda não temos todos os elementos, não temos informações de como é que esse estudo se dará e qual é o prazo, se é que tem um prazo, para conclusão."
O governo paranaense anunciou neste mês a intenção de estudar uma potencial operação no mercado de capitais relacionada à Copel, em uma sinalização que levou as ações da estatal a dispararem com especulações sobre uma abertura para privatização. No comunicado, o governo indica que preservaria uma "participação societária relevante" na companhia.
(Por Letícia Fucuchima)