Seul, 2 abr (EFE).- A Assembleia Popular Suprema (Parlamento) da Coreia do Norte anunciou a substituição de vários ministros do país, informou nesta terça-feira a rede de televisão estatal "KCTV", o que analistas políticos sul-coreanos atribuem a um aparente tentativa de impulsionar reformas em sua debilitada economia.
A "KCTV" detalhou que a Assembleia reformou o gabinete com a destituição do vice-primeiro-ministro, Ri Seung-ho, e a substituição dos ministros de Agricultura, Desenvolvimento de Recursos Naturais, Gestão das Cidades, Preservação do Território e Meio Ambiente e Indústrias Química e do Petróleo.
Além disso, os titulares dos ministérios de Saúde Pública e Educação foram substituídos, sem que a "KCTV" revelasse o motivo da decisão, em uma sessão na qual além disso o Parlamento nomeou como novo chefe de governo o veterano economista Pak Pong-ju.
A rede de TV estatal do país comunista revelou os escolhidos para ocupar os cargos, entre os quais se destaca Ri Mu-yong como vice-primeiro-ministro e titular da pasta de Indústria Química, e Ri Chol-man como ministro da Agricultura e também como vice-primeiro-ministro.
Analistas na Coreia do Sul acreditam que, com a renovação do gabinete, o regime procura implantar novas reformas econômicas para estimlar suas finanças, em crise permanente desde os anos 90 e afetadas pelas sanções internacionais que castigam os testes armamentísticos e nucleares do país.
"Muitos dos ministros que saíram ocupavam seu posto há muito tempo e deviam ser substituídos, mas outros estavam há menos de um ano" observou um analista consultado pela agência sul-coreana "Yonhap", que avaliou tal ato como "um possível sinal de que Pyongyang procura mudanças na esfera econômica".
Em sua habitual sessão plenária de primavera, a Assembleia Popular Suprema designou ontem como novo premier do país Pak Pong-ju, um economista de 74 anos que já ocupou o cargo no período 2003-2007.
Pak, um tecnocrata que dirigiu o Ministério de Indústria Química antes de servir como premiê, visitou Seul em 2002 como membro de uma delegação econômica norte-coreana e é conhecido por ter impulsionado o "decreto de 1º de julho", que estabeleceu reformas de fixação de salários e maior liberdade para os negócios.
A renovação do gabinete na Coreia do Norte ocorre em um ambiente de tensão na região, após quase um mês de contínuas ameaças do regime comunista de Kim Jong-un a Coreia do Sul e EUA, que por sua vez realizam manobras militares na região. EFE