Cidade do México, 3 nov (EFE).- Com notáveis ausências, o Grupo dos 20 (G20, formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia) começa no domingo uma reunião ministerial de dois dias que provavelmente estará marcada pelas repercussões da crise europeia e dos problemas fiscais que assolam a economia dos Estados Unidos.
Na reunião, que acontecerá em um hotel da Cidade do México, participam os ministros de Economia e os presidentes dos bancos centrais dos países do G20 e de outras nações convidadas para este fórum de consultas.
Porém, a grande ausência na reunião será a do secretário de Tesouro dos EUA, Timothy Geither, que estará representado pela subsecretária de Assuntos Internacionais do Tesouro, Lael Brainard.
As eleições americanas da próxima terça-feira, complicações na agenda de Geithner e seu anúncio prévio que se Barack Obama vencer no pleito do dia 6 de novembro não seguirá como secretário do Tesouro foram citados como razões de sua ausência.
Não estava disponível hoje para a imprensa uma lista oficial dos confirmados na reunião, mas em Frankfurt foi informado que também não estará presente o titular do Banco Central Europeu, Mario Draghi, e possivelmente haverá outras ausências entre altos funcionários.
Por outro lado, está confirmada a presença da diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, e a do presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim.
Esta será a última reunião de alto nível do G20 durante a presidência mexicana desse fórum, o mais importante que reúne países desenvolvidos e nações em desenvolvimento para revisar a economia mundial e corrigir medidas para evitar novas crises.
A presidência rotativa do México termina no dia 30 de novembro, um dia antes de o presidente Felipe Calderón entregar a chefia de Estado a seu sucessor, Enrique Peña Nieto, e espera-se que durante a reunião do G20 haja algum ato que simbolize a transferência à Rússia da presidência do fórum.
A reunião acontecerá entre a tarde de domingo e a manhã da segunda-feira e deve ser encerrada com uma entrevista coletiva liderada pelo ministro da Fazenda do México, José Antonio Meade, e pelo presidente do Banco Central mexicano, Agustín Carstens.
Como é habitual, as deliberações ocorrerão a portas fechadas, embora na tarde do domingo esteja programado um evento paralelo aberto aos jornalistas no qual discursarão Meade, o presidente do Banco Mundial, e o secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), José Ángel Gurría.
Segundo informou na semana passada o subsecretário de Fazenda mexicano, Gerardo Rodríguez, espera-se que na reunião haja uma análise da situação da crise europeia e do "precipício fiscal" que pode se abrir nos EUA, entre outros temas.
Dentro do primeiro assunto, o ministro de Economia espanhol, Luis de Guindos, segundo Rodríguez, terá oportunidade de atualizar a informação sobre as medidas do governo de Madri para capitalizar seus bancos e sobre o programa disponível de transferências monetárias europeias diretas.
Em relação aos EUA, existe a preocupação que se desencadeie um "precipício fiscal" no país no ano que vem se republicanos e democratas não conseguirem fechar um acordo sobre uma reforma tributária e para o equilíbrio das contas públicas.
A esse respeito, o ministro de Finanças japonês, Koriki Jojima, que já confirmou presença na reunião no México, declarou em Tóquio que seu país espera "decisões inteligentes".
À margem da análise da situação mundial, os representantes do G20 avançarão em temas muito ligados à agenda deste fórum, como a regulação financeira, o clima mundial dos negócios, o protecionismo e a integração comercial.
Trata-se basicamente de dar seguimento aos assuntos analisados na última cúpula do G20 em Los Cabos, no último mês de junho, e antes que os chefes de Estado do fórum voltem a se reunir no ano que vem, desta vez na Rússia. EFE