Berlim, 10 jul (EFE).- Os índices de natalidade na União Europeia (UE) caíram nos últimos anos em uma relação direta com o aumento do desemprego, especialmente nos países mais castigados pela crise, apontou um estudo do Instituto Max Planck divulgado nesta quarta-feira em Rostock.
De acordo com a análise de essa prestigiada instituição alemã, os países mais afetados são os do sul da Europa, como Espanha e Croácia, assim como Hungria, no centro, além de Irlanda e Letônia, no norte e leste, respectivamente.
Em relação às parcelas da população, os mais afetados são os jovens de até 25 anos, o que pode ser justificado pelos altos índices de desemprego juvenil.
"Os jovens possuem mais facilidade em adiar a decisão de formar uma família do que aqueles que se aproximam dos limites biológicos da fertilidade", declarou Michaela Kreyenfeld, especialista em demografia do Max Planck, no texto divulgado pela entidade.
O estudo se centra na evolução dos últimos dez anos e reflete uma progressão ascendente, na qual os cientistas do instituto ressaltam que os efeitos do enfraquecimento econômico são mais visíveis na população a médio prazo.
Segundo os cálculos dos analistas, um aumento de um 1% na taxa de desemprego equivale a uma queda de 0,1% na taxa de natalidade, na média geral da UE, porcentagem que chega a 0,3% nos países do sul.
"A crise financeira explodiu na Europa coincidindo com uma fase de lenta recuperação das taxas de natalidade em muitos países", apontou a especialista do Max Planck no texto.
De acordo com o estudo em questão, os extremamente baixos índices de natalidade dos exercícios anteriores começavam a ser elevados, mas, como consequência da crise, voltaram a retomar essa tendência. Segundo o instituto, novas quedas poderão ser registradas se a atual situação for mantida.
A análise citada foi realizada por Michaela Kreyenfeld, Joshua Goldstein e Aiva Jasilioniene, todos do Max-Planck de Rostock, assim como Deniz Karaman Örsal, da Universidade de Lüneburg.
A Sociedade Max Planck, sediada na Alemanha e ganhadora do último Prêmio Príncipe de Astúrias de Cooperação Internacional, aglutina a mais de 80 institutos de pesquisa e publica mais de 15 mil referências a cada ano nas revistas científicas mais destacadas. EFE