Por Ana Carolina Siedschlag
Investing.com - A CSU (SA:CARD3) completou o nono trimestre consecutivo de altas no lucro líquido, marcando R$ 12,8 milhões no primeiro trimestre, o maior valor para o período da história da companhia, seguindo uma estratégia planejada em meados de 2019 - ou seja, antes da pandemia - de que existiria uma avenida de crescimento em operações que envolvessem empreendimentos digitais, disseram os executivos de Relações com Investidores, Ricardo Ribeiro Leite e José Leoni, ao Investing.com.
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Nos três primeiros meses deste ano, a empresa registrou receita líquida de R$ 123,6 milhões, alta de 8,4% na base anual, e EBITDA de R$ 35,8 milhões, avanço de 17,7%. Já o EBITDA do segmento de produtos digitais teve crescimento de 15,1%, atingindo recorde de R$ 28,2 milhões, com margem de 47,4%.
Segundo Leite, Diretor Estatutário de Relações com Investidores, a área de meios de pagamento, com bancos digitais e fintechs, tem sido um ponto forte em termos de identificação de novos contratos e de novos negócios, com essas instituições abrindo o leque na oferta de produtos em um país ainda marcado pela desbancarização da maior parte da população.
Também puxando o crescimento da CSU vieram os empreendimentos digitais, que se mostraram com um potencial tanto de evolução e crescimento como de captação de novos clientes.
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"Operações do tipo iFood ou Banky, que é o braço de banking as a service da Via, são bons exemplos de áreas de potencialidade de crescimento. Assim ficamos aqui de olho na possibilidade de conquista de novos noves", diz Leite.
Banking as a Service
Na última semana, a CSU anunciou uma parceria com a Technisys para potencializar o serviço de Banking as a Service (BaaS), que a companhia deve implementar até o final do trimestre.
Segundo Leite, a intenção é que esse segmento não seja um novo produto, mas que ele atue dentro da companhia como uma unidade de negócios, “tão grande quanto hoje é a dimensão de processamento de cartões de crédito”.
"O Banking as a Service é uma tendência mundial que outras entidades sejam ofertantes de serviços financeiros, podendo rivalizar com os bancos em termos de prestação de serviços", diz.
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Para ele, a implementação desse segmento no Brasil tem sido possível pela combinação de um cenário regulatório mais favorável, com um incentivo do Banco Central de que novas instituições ofereçam um atendimento nessas áreas.
Novos M&As
Na última segunda-feira (3), o Fitbank fintech de infraestrutura de meios de pagamento e Banking as a Service, que tem R$ 10 milhões investido na companhia, recebeu autorização do Banco Central para operar como instituição de pagamento na modalidade emissor de moeda eletrônica.
Com a permissão, a empresa passa a disponibilizar tecnologia ao mercado sem a necessidade de subcontratar transações de terceiros.
Segundo Leoni, Diretor de Relações com Investidores, essa autorização “muda o jogo para o Fitbank”, que passa a se tornar um player de pagamentos muito mais relevante no grupo seleto de companhias que são reguladas pela autoridade monetária.
Segundo ele, a CSU mira novas participações em negócios como esse, com a ideia de fomentar modelos de transformação digital.
"A CSU tem fôlego e é geradora de caixa, com um perfil inovador muito interessante, e uma das formas de acelerar esse crescimento é trazendo tecnologias e produtos novos. E isso tem bastante relação com a nossa estratégia de M&As", diz.