Bruxelas, 15 mar (EFE).- A cúpula de chefes de Estado e do governo da União Europeia (UE) dedicada a encontrar um equilíbrio entre as políticas de ajustes e os estímulos ao crescimento, assim como na luta contra o desemprego, terminou nesta sexta-feira após dois dias de discussões sem resultados tangíveis.
Os 27 países da UE decidiram encarregar a seus ministros das Relações Exteriores a discussão, na semana que vem, sobre a possibilidade de levantar o embargo de armas que pesa sobre a Síria para responder aos pedidos da oposição, disse o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, em entrevista coletiva ao término da cúpula.
"De onde vem o crescimento? A resposta é confiança, crédito e competitividade. E, além disso, é necessário uma política específica de emprego que faça de nosso crescimento mais intenso em termos trabalhistas", disse Van Rompuy.
O presidente do Conselho destacou que após a reunião dos 27, os 17 líderes dos países que compartilham a moeda única mantiveram uma reunião, na qual analisaram a situação de suas economias e as perspectivas de futuro, um encontro sem sentimento de "emergência".
Por sua vez, o presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Durão Barroso, ressaltou o "debate substancial na análise da economia" europeia mantido na cúpula, no qual considerou que o ponto principal foi a questão de conseguir um crescimento sustentável melhorando a competitividade e fomentando a criação de emprego.
"É preciso combinar políticas de solidariedade com as de responsabilidade. Não se deve escolher uma em vez de outra, não se pode opor uma à outra. As duas nos fazem falta. Para ter crescimento sustentável é preciso evitar repetir os erros do passado, e fazê-lo sobre uma base sólida e saudável", afirmou Barroso.
O presidente da CE negou que houvesse duas posições divergentes entre os 27 quanto a suavizar as exigências de austeridade ou manter um enfoque mais rígido.
No capítulo de Relações Exteriores, os 27 discutiram a situação na Síria e decidiram analisar a possibilidade de suspender o embargo de armas ao país, com o objetivo de respaldar a oposição do regime de Bashar al Assad.
"A questão do embargo de armas foi posta sobre a mesa por alguns Estados-membros. Acordamos pedir a nossos ministros das Relações Exteriores que avaliem a situação como uma questão prioritária já na próxima semana no Conselho informal que farão em Dublin e que desenvolvam posições comuns", explicou Van Rompuy.
A Rússia foi outro ponto de destaque da agenda nesta segunda jornada de cúpula, na qual os líderes europeus repassaram as relações entre os 27 e Moscou.
"Com a Rússia, nossa cooperação é vasta (...). Hoje tivemos um debate frutífero sobre nossos interesses comuns e desafios, assim como sobre a melhor maneira de aprofundar nossas relações. Temos que encontrar soluções para nossas diferenças, respeitando nossas normas e valores", indicou Van Rompuy.
O presidente do Conselho Europeu explicou que os 27 manterão uma troca de pontos de vista similar sobre os Estados Unidos na cúpula de fim de ano.
Outra das questões que os 27 trataram é a próxima reunião do G8 (grupo de países mais desenvolvidos) em junho, ponto no qual o Reino Unido informou a seus parceiros sobre as preparações em andamento. EFE
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