A CVC Brasil (SA:CVCB3) não vive seus melhores dias. Primeiro, informou o mercado que erros contábeis a levaram a supervalorizar a receita líquida entre 2015 e 2019 em R$ 250 milhões. Segundo, porque o coronavírus pressiona o setor de turismo em geral.
Tudo isso levou a Ágora Investimentos a cortar 30% do preço-alvo dos papéis para 2020. Dos R$ 60 que propunha no fim de janeiro, o valor baixou para R$ 42. Ainda assim, para a gestora do Bradesco (SA:BBDC4), trata-se de um bom negócio – desde que os investidores tenham mais paciência.
“Embora as ações possam sofrer no curto prazo, permanecemos construtivos em uma visão de longo prazo, devido à avaliação e aos ativos atraentes da CVC”, afirmam Richard Cathcart e Flávia Meireles, que assinam o relatório da Ágora.
A dupla observa que os erros contábeis não têm impacto no caixa da operadora de turismo, pois aquilo que foi registrado a mais nas receitas gerou uma contrapartida nas despesas – e uma coisa compensou a outra.
Longo prazo
Mas, mais importante, os fornecedores foram pagos corretamente, o que significa que não há dívidas perdidas pelo caminho.
O efeito sobre o lucro líquido também é pequeno, de acordo com a Ágora. Com os novos números em mãos, os analistas revisaram a previsão deste ano de R$ 322 milhões para R$ 274 milhões.
“Apesar das dificuldades, a CVC continua sendo líder de mercado no Brasil em viagens de lazer e no segmento corporativo com uma forte marca e rede de distribuição atrativa para hotéis e companhias aéreas”, afirma o relatório.
A dupla acrescenta que “esses são ativos atraentes de longo prazo, capazes de suportar desafios estruturais”. A Ágora manteve a recomendação de compra dos papéis, com potencial de valorização de 63% sobre a cotação de referência da gestora.