Investing.com - Os investidores domésticos digerem nesta quarta-feira a decisão do presidente, Michel Temer, de estabelecer as primeiras mudanças sobre proposta da reforma da Previdência. Em pronunciamento, na noite de ontem, o pemedebista anunciou que a reforma respeitará a autonomia dos Estados e será feita apenas para servidores federais, ou seja, excluirá servidores estaduais e municipais do texto.
De acordo com o economista da corretora Guide Investimentos Ignacio Crespo Rey, a preocupação sobre esse passo de Temer pode ser explicada pelo temo de que o governo tenha que “desidratar ainda mais a matéria para conseguir garantir a aprovação do texto no Congresso”.
“Se o governo tiver que ceder e fazer muitas mudanças na proposta, os efeitos da medida na economia serão menores”, avaliou Crespo Rey.
Também estará no radar dos investidores o relatório de avaliação de receitas e despesas primárias, que “deve trazer um corte expressivo do Orçamento”.
“Um eventual aumento de impostos não está descartado. Essa possibilidade ganha força em meio à desidratação da proposta de reforma da Previdência”, afirmou o economista da Guide Investimentos. Em Brasília, rumores indicam que o governo vai contingenciar entre R$ 30 e R$ 40 bilhões.
Do exterior, os preços das commodities devem atribuir cautela aos agentes domésticos. Além disso, as incertezas sobre como o presidente dos Estados Unidos Donald Trump encaminhará as políticas econômicas também estarão no radar dos investidores.
Também deve mexer com o comportamento de quem opera no Ibovespa o resultado trimestral da Petrobras, que foi divulgado ontem à noite. A companhia registrou lucro de R$ 2,51 bilhões no quarto trimestre, mas não evitou prejuízo de R$ 14,8 bilhões no acumulado do ano.
Hoje o Credit Suisse passou a recomendar compra para as ações da companhia com potencial de valorização de 25% nos ADRs.