SÃO PAULO (Reuters) - Maiores descontos concedidos a clientes pesaram nos resultados da Cielo (SA:CIEL3) no terceiro trimestre, evidenciando o aumento da concorrência no mercado brasileiro de meios eletrônicos de pagamento.
Líder do setor, a companhia anunciou nesta segunda-feira que sua receita líquida de julho a setembro somou 2,93 bilhões de reais, queda de 4,3 por cento sobre um ano antes, movimento atribuído à redução do preço médio, à concentração em grandes clientes e ao ambiente competitivo.
Isso, apesar de o volume financeiro de transações pagas por meio da rede da Cielo (excluindo o produto Agro) ter crescido 11,3 por cento sobre um ano antes, para 155 bilhões de reais.
Além de queda nas tarifas cobradas por transação (MDRs), a empresa também teve recuo nas receitas com aluguel dos equipamentos, as chamadas maquininhas.
O resultado operacional da companhia medido pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização, na sigla em inglês), somou 1,298 bilhão de reais de julho a setembro, queda de 6,1 por cento ano a ano. A margem Ebitda caiu 0,8 ponto percentual ano a ano, para 44,3 por cento.
Os resultados operacionais mais fracos levaram a companhia a apertar o cinto nas despesas operacionais, que caíram 10,8 por cento contra o terceiro trimestre de 2016, para 356 milhões de reais, puxados por gastos menores com pessoal e marketing.
O trabalho da Cielo para limpar a base, desativando terminais com pouca o nenhuma atividade, continuou. O número de pontos de venda ativos caiu 11,6 por cento, para 1,5 milhão de terminais, o que ajudou a reduzir o custo dos serviços prestados em 0,3 por cento, para 1,279 bilhão de reais.
Isso, aliado a uma melhora do resultado financeiro, fez a Cielo fechar o trimestre com lucro líquido de 1,017 bilhão de reais no terceiro trimestre, alta de 0,8 por cento ante mesma etapa de 2016.
(Por Aluísio Alves)