Investing.com – No atual cenário de alta no setor de tecnologia, o segmento de veículos elétricos (VEs) enfrenta grandes desafios. Fabricantes de peso, como Tesla (NASDAQ:TSLA) e BYD (OTC:BYDDF), bem como startups em ascensão, como Canoo (NASDAQ:GOEV) e Sono Group (OTC:SEVCQ), têm registrado uma perda de ímpeto tanto em termos de valor de mercado quanto de saúde financeira.
As empresas menores do setor estão particularmente vulneráveis, com muitas delas negociando próximas ou nos mínimos históricos de 52 semanas.
A dependência a financiamento externo para crescimento e inovação, combinada com taxas de juros elevadas, resultou em um aumento do endividamento e do risco de insolvência. A queda na demanda dos consumidores exerce pressão adicional sobre as expectativas de crescimento futuro, configurando um cenário desafiador para o setor.
Joseph McCabe, presidente e CEO da AutoForecast Solutions, alerta para a possibilidade de uma onda de falências na indústria de VE.
Analistas especulam se as maiores empresas de VE e outros players estabelecidos podem buscar acelerar seus planos de expansão no setor por meio de aquisições estratégicas.
Sandeep Rao, Pesquisador Sênior na Leverage Shares, considera a consolidação na indústria de VE uma resposta lógica às condições atuais. Larry Tentarelli, Estrategista Técnico Chefe na Blue Chip Daily Trend Report, também vê potencial para fusões e aquisições, embora adote uma visão mais cautelosa.
Perspectivas de fusões e aquisições no setor de VEs
Recentemente, a Reuters noticiou que a Nissan (OTC:NSANY) está em negociações para investir mais de USD 400 milhões na Fisker (NYSE:FSR), uma pequena fabricante de VE. Esse investimento poderia ser crucial para a Fisker, ao mesmo tempo que expandiria a linha de produtos EV da Nissan e sua produção nos EUA.
Gene Munster da Deepwater Asset Management sugeriu que a Apple (NASDAQ:AAPL) poderia considerar a aquisição da Rivian (NASDAQ:RIVN), após o anúncio do fim de seus planos de VE.
Em entrevista exclusiva à Investing.com, Sandeep Rao mencionou a Lucid (NASDAQ:LCID) como um possível alvo de aquisição, dada a sua propriedade majoritária pelo governo saudita. Larry Tentarelli ecoou essa visão, apontando tanto a Lucid quanto a Rivian como vulneráveis devido ao seu fraco fluxo de caixa.
No mercado chinês, a consolidação pode ocorrer de forma mais gradual, dada a diversidade de fabricantes de VE e os diferentes níveis de investimento governamental, segundo Rao.
Previsão para o setor de veículos elétricos em 2024
Embora as discussões sobre fusões no setor de veículos elétricos (VEs) estejam se tornando mais comuns nos veículos de comunicação, até o momento, elas são meramente especulativas. De fato, diversos analistas argumentam que, dadas as condições macroeconômicas atuais, as empresas enfrentarão desafios significativos ao tentar concretizar essas iniciativas.
"A visão otimista de 2021, caracterizada por custos financeiros inexistentes e uma disposição generalizada para assumir riscos, não se alinha com as expectativas para a próxima década. O custo do capital aumentará, o que dificultará as apostas das empresas de VE," analisa Ross Gerber, Presidente e CEO da Gerber Kawasaki Wealth and Investment Management.
Ele também menciona que "os riscos presentes no mercado de ações não devem, necessariamente, afetar as empresas, em particular no nicho de VEs, onde os balanços já estão sob pressão."
Conforme indicado pelos dados da Dealogic, as atividades de fusões e aquisições (M&As) continuam em baixa, apesar da recuperação observada nos mercados de capitais de ações e dívidas em 2023. A pesquisa revela que o valor total das M&As globais diminuiu 25% em comparação com o ano anterior em 2023 e 23% na América do Norte, sendo o setor tecnológico o mais afetado.
Além disso, a demanda dos consumidores vem desacelerando, prometendo manter as margens do setor comprimidas no médio prazo. "Espera-se um nivelamento na curva de crescimento da indústria de VEs no próximo ano," projeta McCabe.
"Nos EUA, China e agora na Europa, a competição de preços nos VEs está reduzindo ainda mais as margens, desafiando a lucratividade dessas empresas apesar dos incentivos atraentes. E isso não se aplica apenas à Tesla; é um desafio enfrentado por todos," observa Gordon Johnson, CEO da GLJ Research.
Essa conjuntura reduz as chances de aquisições, uma vez que os grandes jogadores também têm menos liquidez disponível. "O setor de VEs está enfraquecido no momento, e para líderes como Toyota (NYSE:TM), Stellantis (NYSE:STLA), Ford (NYSE:F) ou General Motors Company (NYSE:GM) adquirirem empresas de VEs em apuros poderia exercer uma pressão excessiva sobre seus balanços," complementa Larry Tentarelli.
Conclusão
Considerando as condições atuais do mercado de VEs, a consolidação é mais provável no médio prazo. "Infelizmente, as marcas menores, mas de qualidade, provavelmente serão absorvidas por grandes fabricantes capazes de escalar e explorar sinergias no negócio," destaca Ross Gerber.
No entanto, com uma possível mudança de postura do Fed no horizonte, o cenário pode mudar rapidamente, especialmente se as taxas de juros caírem mais rápido que o antecipado. "Se as condições melhorarem, os compradores poderão não apenas se mostrar interessados, mas também capazes de oferecer preços mais altos através de emissões de dívida mais vantajosas," conclui Sandeep Rao.
Top 5 ações de VEs por capitalização de mercado
Interessado em potenciais M&As no setor de VEs? Confira as 5 maiores e 5 menores ações de VEs por capitalização de mercado:
Maiores:
- Tesla - 575,62B
- BYD - 74,86B
- Li Auto (NASDAQ:LI) - 39,79B
- VinFast Auto (NASDAQ:VFS) - 12,57B
- Nio (NYSE:NIO) - 12,00B
Menores:
- Next eGO (NASDAQ:EGOX) - 11,40M
- AYRO Inc (NASDAQ:AYRO) - 8,23M
- Faraday Future Intelligent Electric Inc (NASDAQ:{{116567
- 5|FFIE}}) - 7,47M
- Arcimoto (NASDAQ:FUV) - 4,73M
- Sono Group - 935,54K
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