FRANKFURT (Reuters) - O Deutsche Bank vai vender o Postbank, mas manterá marca própria nos negócios de varejo no plano de reforma atualmente considerado pela administração, disseram fontes a par das discussões no maior banco da Alemanha.
Apenas dois membros do conselho de administração apoiam vender todas as atividades do varejo, com outros seis defendendo vender apenas o Postbank, disseram as fontes à Reuters, sob condição de anonimato. O banco vai discutir o assunto na semana que vem, acrescentaram.
Sete anos após a crise financeira, o Deutsche tenta reformular seus negócios, após ficar muito aquém de suas metas de retorno sobre o patrimônio e de sofrer uma série de multas regulamentares e desafios legais.
A escolha de manter a maioria das operações de varejo e vender apenas o Postbank, que o Deutsche comprou em etapas por cerca de 6 bilhões de euros a partir de 2008, é uma concessão às agências de rating, para quem uma saída total do varejo elevaria o perfil de risco do Deutsche e custo de financiamento.
É também um aceno às preocupações em Berlim, que veriam na saída total no varejo uma perda emblemática do país do contato com seu mercado doméstico, disseram as fontes. A rede de varejo do Deutsche serve cerca de 8,5 milhões de alemães em cerca de 730 agências.
O Postbank, que serve 14 milhões de clientes de 1,1 mil ag6encias integradas no sistema postal, seria vendido através do mercado de ações, para um investidor estratégico ou até para um fundo em private equity, disseram as fontes.
O desafio para a venda Postbank seria encontrar um comprador disposto a pagar o suficiente para permitir que o Deutsche evite bilhões em baixas contábeis.
O Deutsche gastou 7 bilhões de euros nos três últimos anos em multas e acordos e outros 4 bilhões em reestruturação, incluindo a integração do Postbank.
(Reportagem de Kathrin Jones)