SÃO PAULO (Reuters) - Uma disputa judicial entre a estatal Eletrobras (SA:ELET3) e a AES Eletropaulo em torno de uma dívida de cerca de 1,7 bilhão de reais poderá representar "um aumento significativo" na dívida da distribuidora de energia paulista, afirmou relatório da agência de classificação de risco Moody's divulgado nesta terça-feira.
Em setembro, a Eletropaulo informou que um consultor nomeado pela Justiça concluiu que a empresa é a única responsável pelo pagamento da dívida com a Eletrobras, que existe desde novembro de 1986.
"Estimamos que, se a empresa perder a causa, o pagamento subsequente levará a dívida líquida atual da empresa de 5,5 bilhões de reais a 7,2 bilhões de reais a partir de 30 de junho de 2015", afirmou a Moody's.
Segundo a agência, a alavancagem da Eletropaulo, medida pela relação entre a dívida líquida e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), passaria para 3,7 vezes, ante 2,8 vezes anteriormente.
"Apesar da situação relativamente sólida da empresa em 737 milhões de reais em dinheiro e valores e títulos mobiliários, a Eletropaulo encontrará dificuldades para levantar fundos suficientes para cumprir com esse passivo contingente", alertou o relatório da Moody's.
Até então, Eletropaulo e Cteep disputavam quem deveria arcar com o débito, que surgiu antes de a Eletropaulo ser privatizada, em 1998, e segregada em quatro empresas.
Segundo a Moody's, a conclusão da análise do perito judicial sobre a dívida está em análise por Eletropaulo e Eletrobras, sendo que ambas as empresas apresentarão relatórios técnicos próprios e poderão contestar os resultados antes que os juízes finalizem o exame técnico da questão.
(Por Luciano Costa)