Rio de Janeiro, 31 mai (EFE).- A dívida líquida do setor público brasileiro em abril foi de R$ 1,514 trilhão, equivalente a 35,7% do Produto Interno Bruto (PIB), seu menor nível desde que o indicador começou a ser medido em 2001, informou nesta quinta-feira o Banco Central.
A dívida, que inclui as obrigações da União, governos regionais e municipais e as empresas estatais, equivalia em março a 36,6% do PIB, ou seja, caiu quase um ponto percentual em apenas um mês.
O Banco Central atribuiu essa redução principalmente à desvalorização do real frente ao dólar, que voltou a ser negociado por mais de R$ 2 devido à crise internacional.
A valorização do dólar aumenta automaticamente o valor das reservas internacionais do Brasil, que são descontadas da dívida pública bruta para poder calcular a líquida.
Atualmente o valor das reservas internacionais do país é de US$ 374 bilhões, número que supera o da dívida externa do país.
O Banco Central também atribuiu a queda da dívida líquida à redução gradual da taxa básica de juros, que é utilizada para corrigir vários títulos do governo.
O organismo emissor anunciou ontem a redução da taxa básica para 8,5% anual, o mínimo registrado, uma nova medida para incentivar a economia e fazer frente à crise internacional.
O Banco Central informou também que o superávit fiscal primário acumulado nos primeiros quatro meses do ano chegou a R$ 60,212 bilhões, 5,05% superior ao do mesmo período do ano passado.
Esse valor também equivale a 43% da meta de superávit primário que o governo se impôs para o ano, de R$ 139,8 bilhões.
O superávit primário é a diferença entre as receitas e as despesas de todo o setor público sem levar em conta o destinado ao pagamento de juros da dívida, que nos quatro primeiros meses do ano consumiram R$ 76,191 bilhões.
Incluindo o pagamento de juros, o Brasil acumulou no quadrimestre um déficit nominal de R$ 15,979 bilhões. EFE