BRASÍLIA (Reuters) - A dívida mobiliária federal cresceu 3,94 por cento em dezembro, na comparação com o mês anterior pela emissão de mais de 30 bilhões de reais a bancos públicos, encerrando 2014 em 2,296 trilhões de reais, novo recorde.
Com isso, a dívida ficou dentro da meta estabelecida pelo governo, que ia de 2,170 bilhões a 2,320 bilhões de reais, para o ano. O Tesouro Nacional ainda informou nesta quarta-feira que a dívida interna cresceu 3,98 por cento no mês passado, chegando a 2,184 trilhões de reais.
Só em dezembro, o Tesouro emitiu 30 bilhões de reais ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e outro 1 bilhão de reais ao Banco da Amazônia S.A (Basa), movimento que acabou impactando no estoque total da dívida.
Em 2014 todo, o Tesouro injetou 60 bilhões de reais no BNDES.
Segundo o Tesouro, a parcela da dívida prefixada fechou 2014 em 41,58 por cento, dentro da banda estipulada pelo governo entre 40 e 44 por cento do estoque. Em 2013, a fatia era de 42,02 por cento.
A parcela correspondente aos papéis indexados à inflação representou 34,91 por cento, também dentro do mínimo de 33 por cento e o máximo de 37 por cento estabelecido pelo Tesouro. Em dezembro de 2013, essa participação havia sido de 34,53 por cento.
Já os papéis corrigidos pela Selic corresponderam a 18,66 por cento da dívida total em 2014, ante 19,11 por cento verificado um ano antes. O resultado ficou dentro da meta de 14 a 19 por cento para o período.
Ainda segundo o Tesouro, a fatia dos títulos da dívida brasileira corrigida pelo câmbio foi de 4,85 por cento em 2014, abaixo do resultado do ano anterior, de 4,35 por cento, e dentro da banda entre 3 e 5 por cento do ano passado.
A nova política econômica implementada no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff prevê, como já afirmou o ministro Joaquim Levy (Fazenda), o fim de injeções de capital aos bancos públicos, a fim de conter o avanço da dívida bruta do país.
O Tesouro informou ainda que, no ano passado, os investidores estrangeiros aumentaram sua participação na dívida brasileira a 18,64 por cento do total, correspondente 406,96 bilhões de reais, ante 16,10 por cento em 2013.
Especificamente nos dados de dezembro, o aumento da dívida mobiliária no mês ocorreu, além do repasse para o BNDES, de uma injeção de 1 bilhão de reais para o Banco da Amazônia S.A (Basa).
(Por Luciana Otoni)