Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda ante o real pela quarta sessão seguida nesta terça-feira, com investidores otimistas sobre o quadro eleitoral brasileiro.
Em um dia de poucas notícias relevantes, a moeda norte-americana caiu 0,37 por cento, a 2,2502 reais na venda, acumulando baixa de 1,25 por cento nas últimas quatro sessões. O volume financeiro na clearing de câmbio da BM&F ficou em torno de 1,5 bilhão de dólares.
Os investidores têm se mostrado mais otimistas com a esperada entrada de Marina Silva na corrida presidencial, o que torna bastante difícil que a presidente Dilma Rousseff vença as eleições no primeiro turno.
Grande parte do mercado desaprova as políticas econômicas do atual governo e aposta em uma vitória da oposição no segundo turno das eleições.
Esse otimismo levou o dólar a ser negociado abaixo de 2,25 reais pela primeira vez desde o final de julho. Analistas alertam, no entanto, que a corrida eleitoral ainda pode provocar volatilidade no câmbio.
"O movimento de hoje não foi motivado por nenhuma grande notícia. Foi uma agulhada abaixo de 2,25 reais, algo pontual", afirmou o gerente de operações do Banco Confidence, Felipe Pellegrini. Para ele, a aversão ao risco no exterior e incertezas eleitorais domésticas devem manter o dólar acima desse patamar no curto prazo.
A moeda norte-americana vinha oscilando entre 2,20 e 2,25 reais entre o início de abril e o fim de julho, com breves exceções, mas subiu acima desse patamar depois que a escalada da crise na Ucrânia elevou as tensões geopolíticas globais.
Pela manhã, o BC deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias, vendendo a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Foram 1,4 mil contratos para 1º de junho e 2,6 mil contratos para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a 197 milhões de dólares.
Além disso, vendeu a oferta integral de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em setembro. Ao todo, o BC já rolou cerca de 54 por cento do lote total, que corresponde a 10,070 bilhões de dólares.
No início da sessão, o dólar chegou a avançar à máxima de 2,2660 reais, reagindo a números fortes sobre o mercado imobiliário norte-americano.
"Esses dados indicam que os Estados Unidos de fato estão se recuperando num ritmo razoável, o que faz o pessoal comprar dólar", afirmou o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano.
Conforme a recuperação da maior economia do mundo ganha força, crescem as expectativas de que os Estados Unidos elevem seus juros e atraiam capital atualmente investido em países emergentes, como o Brasil.
(Por Bruno Federowski)