SÃO PAULO (Reuters) - A operadora de concessões de infraestrutura Ecorodovias (SA:ECOR3) teve queda no lucro do quarto trimestre, refletindo desdobramentos da greve dos caminhoneiros, maiores provisões para gastos com manutenção de vias e despesas com consultoria para apoiar investigações sobre envolvimento da empresa em corrupção.
A companhia anunciou nesta quinta-feira que teve lucro líquido de 70,7 milhões de reais no período, queda de 27,2 por cento ante mesma etapa de 2017.
Numa mão, a Ecorodovias seguiu tendo o faturamento pressionado devido à isenção decidida pelo governo para eixo suspenso de caminhões, após a greve dos caminhoneiros, em maio. A isenção será futuramente alvo de reequilíbrio contratual.
A receita líquida pró-forma da companhia no trimestre somou 640,8 milhões de reais, alta de 1,2 por cento ano a ano.
Já o resultado operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) pró-forma somou 427,2 milhões de reais de outubro a dezembro, recuo de 2,4 por cento. A margem Ebitda diminuiu 2,8 pontos percentuais, para 66,7 por cento.
Além da pressão sobre a receita com a isenção de pedágio para eixo suspenso, a empresa gastou 16,6 milhões de reais com serviços de consultoria para apoiar comitês internos que acompanham investigações de irregularidades da companhia.
Em outubro, o conselho de administração da Ecorodovias aceitou pedido de afastamento de Marcelino de Seras da função de diretor presidente, em meio ao andamento da operação da Lava Jato que investiga esquema de corrupção na concessão de rodovias federais no Paraná, incluindo subsidiárias da companhia.
A Ecorodovias fechou 2018 com uma alavancagem medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda pró-forma de 2,71 vezes, comparada a 2,47 vezes um ano antes.
A companhia estimou investimentos de 1,38 bilhão de reais em 2019, após ter investido 888,2 milhões no ano passado.
(Por Aluísio Alves)