(Reuters) - Metais tóxicos escoaram por canais irregulares da maior refinaria de alumina do mundo, a Hydro Alunorte, em direção ao Rio Pará, disse nesta quarta-feira o químico pesquisador em Saúde Pública da Seção de Meio Ambiente do Instituto Evandro Chagas (IEC), Marcelo Lima.
A afirmação foi feita a partir de um relatório mais completo feito pelo IEC sobre a possível contaminação na região de Barcarena com chumbo e resíduos do processamento de bauxita pela Hydro Alunorte, que pertence ao grupo norueguês Norsk Hydro, após fortes chuvas em meados de fevereiro.
O IEC foi acionado pelo Ministério Público estadual e federal após alertas de moradores das comunidades Bom Futuro e Vila Nova sobre uma enxurrada de água vermelha, que inundou ruas, casas e áreas de floresta amazônica, perto da Alunorte, após fortes chuvas na região.
"(Nós recomendamos) continuar a disponibilizar, pelo menos até o final do período de chuvas, água potável às comunidades do Bom Futuro, Jardim dos Cabanos, Burajuba e Vila Nova, pois as águas do rio Murucupi apresentam níveis de metais tóxicos que oferecem riscos a saúde humana a partir do consumo direto ou uso para recreação e pesca", afirmou Lima, em entrevista a jornalistas.
O IEC é vinculado ao Ministério da Saúde, que tem acompanhado o caso desde o início.
(Por Marta Nogueira)