Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - O leilão de privatização da distribuidora de energia elétrica goiana Celg-D, controlada pela Eletrobras (SA:ELET3), está garantido para 30 de novembro, dado que houve apresentação de proposta econômica e da documentação exigida por ao menos um investidor, afirmou à Reuters nesta sexta-feira uma fonte com conhecimento do assunto.
Se confirmado o sucesso na sessão presencial na BM&FBovespa (SA:BVMF3), o leilão movimentará ao menos 1,79 bilhão de reais, dos quais no mínimo 913 milhões de reais irão para os cofres da Eletrobras e o restante para o governo de Goiás.
O certame também testará o apetite dos investidores por ativos no Brasil em um momento em que o governo do presidente Michel Temer pretende emplacar uma série de privatizações e concessões ao mesmo tempo em que o país enfrenta a maior recessão em décadas.
Os interessados na Celg-D tinham até as 12h desta sexta-feira para entregar proposta e documentos.
A fonte, que falou sob a condição de anonimato, não detalhou se mais de uma empresa entregou a documentação e nem citou nomes.
Anteriormente, o leilão da Celg-D havia sido agendado para 19 de agosto, mas acabou adiado dias antes devido à falta de apresentação de propostas por investidores.
O certame havia sido preparado e agendado ainda antes do afastamento da presidente Dilma Rousseff em processo de impeachment, a um preço mínimo de 2,8 bilhões de reais, que foi citado por elétricas como CPFL (SA:CPFE3) e Energisa (SA:ENGI4) como motivo para o fracasso da primeira tentativa de venda.
Procurado, o Ministério de Minas e Energia não comentou imediatamente.
INTERESSADOS
Em meados de setembro o governo disse que ao menos sete empresas poderiam avaliar a aquisição da Celg-D, entre as quais State Grid, a italiana Enel (MI:ENEI), a Neoenergia, da espanhola Iberdola, e as brasileiras Energisa e Equatorial (SA:EQTL3).
"A State Grid é a grande favorita, eles são a bola da vez", disse o diretor da consultoria Excelência Energética, Erik Rego.
Em evento em São Paulo nesta semana, o vice-presidente de Operação e Manutenção da State Grid, Ramon Haddad, disse que a companhia avaliava participar da licitação, mas não dar detalhes.
Nesta sexta-feira, o diretor da Enel no Brasil, Carlo Zorzoli, disse que não comentaria a eventual participação porque o processo está em andamento.
Depois da Celg-D, a Eletrobras pretende vender outras seis distribuidoras de energia elétrica que atuam no Norte e Nordeste. As privatizações foram incluídas no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), do governo federal, que também inclui aeroportos, rodovias e outros projetos.