Investing.com - Na abertura da sessão desta quarta-feira, as ações da Eletrobras (SA:ELET3) operam em forte queda de 8,22% a R$ 20,21, depois de o Senado rejeitar ontem o projeto de lei que ajudaria na privatização das distribuidoras da estatal, principalmente da unidade do Amazonas, cujo leilão está previsto para 25 de outubro.
Para a Mirae Asset, em um primeiro momento, a notícia é negativa para a Eletrobras, que precisa se desfazer dessas distribuidoras, que no geral são deficitárias e precisam ser reestruturadas.
No entanto, por ser a fase final do governo Temer, a expectativa é que o próximo presidente eleito, junto com o novo congresso eleito, consiga se articular e devem levar novamente medidas para votação no Congresso.
Já na visão da Coinvalores, a rejeição do projeto também traz dúvidas quanto à conclusão da venda das outras quatro distribuidoras, que foram leiloadas no final de agosto. As ações da companhia devem reagir de forma negativa à novidade.
O Ministério do Planejamento afirmou que, se a venda das distribuidoras não ocorrer, "o caminho natural é a dissolução das companhias", o que pode gerar custos bilionários para a Eletrobras.
"No caso da dissolução da distribuidora de energia do Amazonas, o custo de liquidação que poderá ser suportado pela Eletrobras passa de R$ 13 bilhões, isto sem levar em consideração todos os passivos possíveis (não provisionados)", afirmou o ministério.
A pasta afirmou ainda que o custo de liquidação da distribuidora no Amazonas, a mais deficitária das empresas, que acumula prejuízos bilionários, prejudicaria o processo de retomada da Eletrobras e sua capacidade de investimento no curto e médio prazos, podendo ainda trazer reflexos diretos ao caixa.
O ministério observou por fim que uma liquidação, além de não garantir a manutenção dos empregos e da atividade produtiva, coloca em risco a prestação dos serviços públicos.
Mais cedo, o senador amazonense Eduardo Braga (MDB), que se opõe à venda das distribuidoras, observou que a rejeição do projeto de lei cria incertezas para a desestatização das concessionárias.
Para o parlamentar, que já comandou o Ministério de Minas e Energia, o Senado acertou ao rejeitar a proposta por 34 votos a 18 e uma abstenção. O texto será arquivado, deixando para o próximo governo a prerrogativa de definir como tratar do tema.
Com Reuters.