SÃO PAULO (Reuters) - A Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras (SA:ELET3), vai rebater proposta da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e buscar um reajuste maior das tarifas para a energia gerada nas usinas de Angra 1 e 2 em 2016, afirmou nesta quarta-feira o diretor de planejamento, gestão e meio ambiente da companhia, Leonam Guimarães.
Os argumentos da estatal, que serão apresentados em consulta pública, reforçarão a proposta feita inicialmente pela Eletronuclear, de um aumento de 28 por cento para a receita pela energia contratada.
O reajuste proposto pela Aneel na terça-feira foi de 16,91 por cento.
A Eletronuclear vai ressaltar para a Aneel os investimentos realizados nas usinas desde a revisão tarifária em 2012.
"Nós fizemos um trabalho bastante extenso de tentar identificar um 'benchmark' internacional... fizemos um levantamento muito amplo de referências de custos que podem ser aplicados nessa discussão. Na realidade os procedimentos de revisão da Aneel não consideram isso que nós colocamos", afirmou Guimarães a jornalistas, durante evento no Rio de Janeiro.
O executivo destacou ainda que os recursos previstos para o próximo ano são importantes para reestabelecer o fluxo financeiro do empréstimo de cerca de 6,5 bilhões de reais com o BNDES, para a construção da usina nuclear Angra 3.
Segundo Guimarães, a proposta feita pela Aneel não será suficiente para que a Eletronuclear realize as contrapartidas necessárias para receber o financiamento.
"Essa é condição necessária, para resolver BNDES é preciso ter recursos para dar as contrapartidas do financiamento", afirmou Guimarães. "(A proposta da Aneel) melhora a situação, mas não é o suficiente."
A proposta da Aneel para o reajuste das tarifas será submetida a um processo de audiência pública até 20 de novembro, com o objetivo de que o novo valor passe a vigorar a partir de janeiro de 2016.
(Por Marta Nogueira; Edição de Gustavo Bonato)