SÃO PAULO (Reuters) - A AES Eletropaulo vê sinais positivos nas discussões sobre o quarto ciclo de revisão tarifária das distribuidoras de energia, uma vez que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já reconsiderou algumas propostas iniciais após sugestões feitas pelas companhias do setor.
"Temos algumas sinalizações positivas para esse quarto ciclo", disse a vice-presidente de clientes e negócios de distribuição da AES Eletropaulo, Teresa Vernaglia, em reunião com investidores.
Entre alguns pontos que já foram alterados para a segunda fase da audiência pública sobre o tema, iniciada neste mês, está o ajuste na produtividade média do setor a ser considerada pela agência para a revisão tarifária.
O quarto ciclo de revisão tarifária das distribuidoras de energia começa a ser aplicado no ano que vem, sendo que a Eletropaulo passa pelo processo em julho de 2015.
A Eletropaulo espera que a metodologia que for aprovada pela Aneel seja mais flexível, de forma a reconhecer as especificidades das distribuidoras, o que também é defendido por outras concessionárias.
CUSTOS DE ITAIPU
A executiva disse ainda que a Eletropaulo já se manifestou, por meio da associação que representa o setor, a Abradee, sobre a necessidade de uma solução rápida para o aumento da tarifa de Itaipu.
A Aneel aprovou nesta semana um aumento de 46 por cento na tarifa de repasse de potência de Itaipu, para cobrir um rombo de 3,9 bilhões de reais na conta de comercialização de energia da usina prejudicada por elevação dos gastos relacionados ao déficit de geração hidrelétrica.
O aumento da tarifa é primeiramente arcado pelas distribuidoras de energia para somente ser repassado aos consumidores nas datas de reajustes tarifários anuais.
"O reajuste de Itaipu vai impactar fortemente as empresas. Precisamos de uma resposta rápida", disse a executiva a jornalistas, após apresentação para investidores.
O presidente da CPFL Energia, Wilson Ferreira Jr., disse nesta semana que um reajuste extraordinário de tarifa aos consumidores poderia ser uma das alternativas para cobrir esse gasto imediato.
(Por Ana Flávia Rochas; edição Juliana Schincariol e Luciana Bruno)