(Reuters) - O embaixador da China nos Estados Unidos agradeceu ao bilionário Elon Musk por sugerir uma zona de administração especial para Taiwan, mas enfatizou a política de Pequim por "reunificação pacífica e 'um país, dois sistemas'" para a ilha.
Dias depois de propor um possível acordo para encerrar a guerra entre a Rússia e a Ucrânia que acabou duramente criticado pela Ucrânia, Musk sugeriu que as tensões entre a China e Taiwan poderiam ser resolvidas com a entrega de algum controle de Taiwan a Pequim.
“Minha recomendação... seria criar uma zona administrativa especial para Taiwan que seja razoavelmente palatável, provavelmente não deixará todos felizes”, disse Musk ao Financial Times em entrevista publicada na sexta-feira.
Musk estava respondendo a uma pergunta sobre a China, onde sua empresa de carros elétricos Tesla (NASDAQ:TSLA) (BVMF:TSLA34) tem uma grande fábrica.
Pequim, que reivindica Taiwan como uma de suas províncias, há muito tempo promete trazer Taiwan sob seu controle e não descartou o uso da força para fazê-lo. O governo democrático de Taiwan se opõe fortemente às reivindicações de soberania da China e diz que apenas os 23 milhões de habitantes da ilha podem decidir seu futuro.
Em tuítes publicados no sábado, o embaixador chinês nos Estados Unidos, Qin Gang, escreveu: "Gostaria de agradecer a @elonmusk por seu pedido de paz no Estreito de Taiwan e sua ideia de estabelecer uma zona administrativa especial para Taiwan".
"Na verdade, a reunificação pacífica e um país, dois sistemas são nossos princípios básicos para resolver a questão de Taiwan... e a melhor abordagem para realizar a reunificação nacional", acrescentou.
"Desde que a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento da China sejam garantidos, após a reunificação Taiwan desfrutará de um alto grau de autonomia como região administrativa especial e de um vasto espaço para o desenvolvimento", escreveu o embaixador.
A China ofereceu a Taiwan um modelo de autonomia "um país, dois sistemas" semelhante ao de Hong Kong, mas que foi rejeitado por todos os principais partidos políticos em Taiwan e não tem apoio público, especialmente depois que Pequim impôs uma dura Lei de Segurança Nacional na cidade em 2020.
O Ministério das Relações Exteriores de Taiwan se recusou a comentar os comentários de Musk.