SÃO PAULO (Reuters) - A Embraer entregou 20 jatos comerciais e 12 executivos no primeiro trimestre do ano, com sua carteira firme de pedidos terminando março em 20,4 bilhões de dólares, um recuo de 500 milhões de dólares contra dezembro.
As entregas no segmento de aviação comercial implicam maior pressão nas margens da Embraer, na avaliação de analistas, apesar de ter havido um crescimento ante as 14 aeronaves entregues para companhias aéreas no mesmo período do ano passado. Ao mesmo tempo, no segmento executivo houve queda ante os 20 jatos entregues de janeiro a março de 2014.
As 20 aeronaves entregues no primeiro trimestre de 2015 na aviação comercial foram jatos E175, enquanto, na executiva, a companhia entregou 10 jatos leves e 2 jatos grandes.
A concentração das entregas de jatos comerciais exclusivamente no E175 mostra uma deterioração significativa do mix de vendas nesse segmento, na visão de analistas do Itaú BBA, já que no primeiro trimestre de 2014 os E-Jets menores responderam por 64 por cento das entregas nesse segmento.
"Esse é o primeiro trimestre desde que a linha completa de E-Jets entrou em serviço (2006) que todas as entregas estão concentradas em um único modelo", afirmaram.
O cenário tende a se repetir daqui em diante. Do total de 454 pedidos firmes a entregar no segmento comercial da Embraer, 177 correspondem aos jatos comerciais de menor porte E170 e E175 da primeira geração e 100 unidades ao E175 da segunda geração.
As ações da Embraer recuavam 1,37 por cento às 12h17, contra baixa de 0,58 por cento do Ibovespa no mesmo horário.
Os analistas do Itaú BBA acrescentaram que as entregas, consideradas fracas, apontam para mais um trimestre ruim para a empresa, que também deve ser impactado pela deterioração no capital de giro.
O governo federal liberou o pagamento de cerca de 120 milhões de reais à Embraer, parte de uma dívida total entre 600 milhões e 700 milhões de reais com a fabricante principalmente relacionada ao cargueiro KC-390, mas não deu data para que o restante da dívida seja quitado, a depender do ajuste fiscal.
(Por Priscila Jordão)