Por Gabriel Codas
Investing.com - Um empréstimo de R$ 27 milhões da Gol (SA:GOLL4) para a Passaredo está chamando a atenção do mercado e de especialistas e foi parar na Justiça. O montante foi repassado para que a aérea de Ribeirão Preto concretizasse a aquisição da MAP Transportes Aéreos, de Manaus (AM), em agosto do ano passado. As informações são da edição desta quinta-feira da Coluna do Broadcast, do Estadão.
A avaliação é que a Gol estaria se intrometendo no negócio, o que traz uma série de questionamentos. Com isso, ex-sócios da MAP entraram na Justiça contra o negócio, alegando que Passaredo não tem honrado compromissos acordados no contrato de venda. A aérea teria deixado de pagar dívidas junto a bancos e funcionários. No pedido, consta o cancelamento do negócio e o pagamento de indenizações, uma vez que são cobrados pelos débitos.
Os antigos donos da MAP defendem que o acordo de venda previa que a Passaredo assumiria dívidas dos sócios na pessoa física. Documentos apontam que essas dívidas foram pagas pela Gol, em cerca de R$ 27 milhões. A questão é que o acordo é sigiloso e essa é a única menção da Gol na operação.
A transação envolveu o processo de distribuição de slots no aeroporto de Congonhas (SP) que pertenciam à Avianca Brasil – empresa que estava em recuperação judicial na época e teve decretada falência alguns meses depois.
A compra da MAP pela Passaredo foi celebrada em 20 de agosto de 2019, conforme o documento entregue à Justiça. E poucos dias antes, no final de julho, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciou a distribuição dos slots da Avianca em Congonhas para MAP, Passaredo e Azul (SA:AZUL4).
Na terça-feira, a Diretoria Colegiada da Anac decidiu pela retirada de seis slots da MAP de Congonhas. Os slots são da temporada de inverno, que vai de outubro de 2020 a março de 2021, e foram perdidos por descumprir o critério de 90% de regularidade no uso.