SANTIAGO (Reuters) - A companhia elétrica italiana Enel buscará uma eficiência maior em sua unidade de investimento na América Latina, a Enersis, para conseguir economias milionárias que a ajudem a elevar suas apostas nos negócios de distribuição e energias renováveis, disse na quinta-feira o presidente-executivo da companhia, Francesco Starace.
O executivo, que assumiu o cargo em maio, busca uma forte expansão dos negócios do grupo na América do Sul e em mercados emergentes, diante da demanda fraca por serviços de energia na Europa.
Nos últimos anos, a Enel vem realizando uma série de operações para ter o controle direto de suas unidades latino-americanas, que antes administrava por meio de sua filial espanhola Endesa, num momento em que a empresa italiana busca diminuir seu grande endividamento.
Agora, o plano é avaliar opções diferentes que permitam racionalizar a organização do grupo chileno Enersis e suas unidades de operação na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e Peru, para assim otimizar o valor de seus investimentos.
"Temos que construir uma nova Enersis, com foco mais forte na eficiência de suas operações, na oportunidade de crescimento que vamos ter nos próximos anos e em simplificar a estrutura societária que temos sob a Enersis", disse Starace a jornalistas em Santiago.
A Enersis participa do negócio de geração, transmissão e distribuição de energia, com mais de 80 empresas ligadas e uma desafiadora estrutura de controle, "um sudoku de combinações muito complexas ... que paralisam muitas das atividades de desenvolvimento", disse o executivo italiano.
Starace adiantou que até a primeira metade do ano que vem o foco estará na simplificação da estrutura organizacional das unidades do Chile e do Brasil, e no segundo semestre uma tarefa similar será feita principalmente na Colômbia e no Peru.
"Veremos se ao final de 2015 teremos uma organização mais simples", estimou o chefe da Enel.
Isso poderia gerar eficiências que poderiam promover uma economia de entre 10 a 20 por cento dos gastos de capital da Enersis, ou seja, até cerca de um 1 bilhão de euros de seu plano de investimentos atual.
(Por Antonio De la Jara e Rosalba O'Brien)