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ENFOQUE-CEO da Oi salva acordo com Portugal Telecom

Publicado 25.07.2014, 17:06
ENFOQUE-CEO da Oi salva acordo com Portugal Telecom

Por Brad Haynes e Guillermo Parra-Bernal

SÃO PAULO (Reuters) - Para a Oi, as únicas ações que parecem estar subindo atualmente são as de seu presidente-executivo, Zeinal Bava.

Quando um calote de 897 milhões de euros (1,21 bilhão de dólares) ameaçava a fusão da problemática Oi com a Portugal Telecom, Bava teve um papel fundamental nas conversas e salvou o acordo. O novo entendimento blindou a Oi de perdas em potencial e forçou a Portugal Telecom a assumir o golpe.

Bava, que saiu do comando da Portugal Telecom para assumir as rédeas da Oi no ano passado, apaziguou os ânimos dos acionistas da Oi e, ao mesmo tempo, induziu os portugueses a reduzir sua participação na empresa conjunta conhecida como CorpCo, de acordo com duas fontes que acompanham as negociações.

"Ele estava determinado a não deixar esse acordo naufragar", afirmou uma das fontes, que pediu anonimato.

As duas fontes disseram que a resolução fortaleceu a posição de Bava, embora a da Oi continue delicada --sua saúde financeira está em franca deterioração e um leilão custoso de banda larga 4G se aproxima.

Poucos meses atrás, surgiram boatos de que uma Oi com capital novo sob o comando de Bava iria liderar o caminho para a consolidação do mercado de telefonia móvel brasileiro, que conta com quatro grandes operadoras.

Agora, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) alerta que a CorpCo corre um sério risco de ser engolida pelas rivais.

"Não se pode negar que entrar no leilão (de 4G) será um desafio para a Oi", disse à Reuters o superintendente de competição da Anatel, Carlos Baigorri, nesta semana. "Qualquer empresa que ficar de fora do próximo leilão iria se tornar um operador de nicho de 4G... É muito provável que o valor dessa empresa comece a sangrar. Logo, é de se esperar que vai ser a empresa a ser consolidada", acrescentou.

A CorpCo nasceu com 48 bilhões de reais em dívidas, quase seis vezes o endividamento da unidade no Brasil da espanhola Telefónica.

Para competir no leilão de 4G, que deve acontecer em setembro, a Oi pode ter que encarar um financiamento pesado, disse o analista André Baggio, do JPMorgan. "Se a Oi não comprar frequências, pode ficar em desvantagem competitiva no longo prazo", disse.

A Reuters não teve sucesso nas tentativas de falar com Bava, assim como com a Portugal Telecom.

 

AMIGOS PODEROSOS

As ações da Oi caíram cerca de 25 por cento no mês passado, na esteira das revelações do investimento desastroso da Portugal Telecom em uma empresa de propriedade de um de seus maiores acionistas.

Ainda assim, o ás na manga de Bava é uma aliança incipiente com o BTG Pactual, maior banco de investimento independente da América Latina e acionista da Oi que usou sua influência para apoiar Bava quando ele buscou novos prazos para a fusão neste mês, segundo uma das fontes.

Com formação na área de finanças, Bava, que ganhou o apelido de "Zeus" por resgatar a Portugal Telecom durante seus cinco anos no comando da companhia, já contou com o BTG em um aperto.

Bava estava sondando bancos para um aumento de capital da Oi de 8,25 bilhões de reais em abril --o primeiro passo no acordo para criar a CorpCo. Quando alguns deles recuaram, o BTG, controlado pelo banqueiro André Esteves, entrou na jogada para apoiar a operação.

O BTG, cuja boa vontade lhe garantiu a preferência na oferta, canalizou 2 bilhões de reais para a empresa por meio de um fundo, que recebeu 6,6 por cento das ações da CorpCo.

Investidores esperavam que o novo capital ajudasse a Oi a melhorar seu minguante quarto lugar no mercado brasileiro de telefonia móvel, atrás de Vivo, TIM e Claro, a última controlada pelo conglomerado do bilionário mexicano Carlos Slim, amigo pessoal de Bava.

BEIRA DO ABISMO

As esperanças foram abaladas este mês, quando o grupo de investimento Rioforte deixou de honrar o pagamento de títulos de dívida comprados pela Portugal Telecom equivalentes a 40 por cento de seu valor de mercado. A Rioforte é de propriedade de um acionista da Portugal Telecom sob investigação por irregularidades financeiras.

A Oi não foi informada do investimento da Portugal Telecom na Rioforte antes da fusão.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sócio da Oi através de seu braço de participações BNDESPar, acusou a Portugal Telecom de má governança e houve quem questionasse se a fusão do grupo português com a Oi sobreviveria.

Fontes afirmaram que Bava ajudou a apaziguar os ânimos, convencendo os portugueses a assumir o risco de crédito para o malfadado empréstimo e reduzindo sua fatia na CorpCo dos 38 por cento estimados inicialmente para 25 por cento.

O diretor de Finanças da Oi, Bayard Gontijo, também foi para a linha de frente das negociações em Portugal, reunindo-se com grandes investidores como o presidente-ex

Por Brad Haynes e Guillermo Parra-Bernal

SÃO PAULO (Reuters) - Para a Oi, as únicas ações que parecem estar subindo atualmente são as de seu presidente-executivo, Zeinal Bava.

Quando um calote de 897 milhões de euros (1,21 bilhão de dólares) ameaçava a fusão da problemática Oi com a Portugal Telecom, Bava teve um papel fundamental nas conversas e salvou o acordo. O novo entendimento blindou a Oi de perdas em potencial e forçou a Portugal Telecom a assumir o golpe.

Bava, que saiu do comando da Portugal Telecom para assumir as rédeas da Oi no ano passado, apaziguou os ânimos dos acionistas da Oi e, ao mesmo tempo, induziu os portugueses a reduzir sua participação na empresa conjunta conhecida como CorpCo, de acordo com duas fontes que acompanham as negociações.

"Ele estava determinado a não deixar esse acordo naufragar", afirmou uma das fontes, que pediu anonimato.

As duas fontes disseram que a resolução fortaleceu a posição de Bava, embora a da Oi continue delicada --sua saúde financeira está em franca deterioração e um leilão custoso de banda larga 4G se aproxima.

Poucos meses atrás, surgiram boatos de que uma Oi com capital novo sob o comando de Bava iria liderar o caminho para a consolidação do mercado de telefonia móvel brasileiro, que conta com quatro grandes operadoras.

Agora, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) alerta que a CorpCo corre um sério risco de ser engolida pelas rivais.

"Não se pode negar que entrar no leilão (de 4G) será um desafio para a Oi", disse à Reuters o superintendente de competição da Anatel, Carlos Baigorri, nesta semana. "Qualquer empresa que ficar de fora do próximo leilão iria se tornar um operador de nicho de 4G... É muito provável que o valor dessa empresa comece a sangrar. Logo, é de se esperar que vai ser a empresa a ser consolidada", acrescentou.

A CorpCo nasceu com 48 bilhões de reais em dívidas, quase seis vezes o endividamento da unidade no Brasil da espanhola Telefónica.

Para competir no leilão de 4G, que deve acontecer em setembro, a Oi pode ter que encarar um financiamento pesado, disse o analista André Baggio, do JPMorgan. "Se a Oi não comprar frequências, pode ficar em desvantagem competitiva no longo prazo", disse.

A Reuters não teve sucesso nas tentativas de falar com Bava, assim como com a Portugal Telecom.

 

AMIGOS PODEROSOS

As ações da Oi caíram cerca de 25 por cento no mês passado, na esteira das revelações do investimento desastroso da Portugal Telecom em uma empresa de propriedade de um de seus maiores acionistas.

Ainda assim, o ás na manga de Bava é uma aliança incipiente com o BTG Pactual, maior banco de investimento independente da América Latina e acionista da Oi que usou sua influência para apoiar Bava quando ele buscou novos prazos para a fusão neste mês, segundo uma das fontes.

Com formação na área de finanças, Bava, que ganhou o apelido de "Zeus" por resgatar a Portugal Telecom durante seus cinco anos no comando da companhia, já contou com o BTG em um aperto.

Bava estava sondando bancos para um aumento de capital da Oi de 8,25 bilhões de reais em abril --o primeiro passo no acordo para criar a CorpCo. Quando alguns deles recuaram, o BTG, controlado pelo banqueiro André Esteves, entrou na jogada para apoiar a operação.

O BTG, cuja boa vontade lhe garantiu a preferência na oferta, canalizou 2 bilhões de reais para a empresa por meio de um fundo, que recebeu 6,6 por cento das ações da CorpCo.

Investidores esperavam que o novo capital ajudasse a Oi a melhorar seu minguante quarto lugar no mercado brasileiro de telefonia móvel, atrás de Vivo, TIM e Claro, a última controlada pelo conglomerado do bilionário mexicano Carlos Slim, amigo pessoal de Bava.

BEIRA DO ABISMO

As esperanças foram abaladas este mês, quando o grupo de investimento Rioforte deixou de honrar o pagamento de títulos de dívida comprados pela Portugal Telecom equivalentes a 40 por cento de seu valor de mercado. A Rioforte é de propriedade de um acionista da Portugal Telecom sob investigação por irregularidades financeiras.

A Oi não foi informada do investimento da Portugal Telecom na Rioforte antes da fusão.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sócio da Oi através de seu braço de participações BNDESPar, acusou a Portugal Telecom de má governança e houve quem questionasse se a fusão do grupo português com a Oi sobreviveria.

Fontes afirmaram que Bava ajudou a apaziguar os ânimos, convencendo os portugueses a assumir o risco de crédito para o malfadado empréstimo e reduzindo sua fatia na CorpCo dos 38 por cento estimados inicialmente para 25 por cento.

O diretor de Finanças da Oi, Bayard Gontijo, também foi para a linha de frente das negociações em Portugal, reunindo-se com grandes investidores como o presidente-executivo da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, de acordo com as duas fontes.

Ainda assim, mais de 1 bilhão de dólares em espécie que a Portugal Telecom deveria ter aplicado na fusão agora estão fora do negócio, sem aliviar a alta alavancagem da Oi.

A desconfiança nascida entre acionistas brasileiros e portugueses também será um teste para as habilidades diplomáticas de Bava, afirmou a segunda fonte.

"A única razão de ele estar aqui é ele ser a última esperança", declarou um proeminente acionista minoritário da Oi, que pediu para não ter o nome revelado. "Se ele fosse demitido agora, as ações despencariam 30 por cento facilmente. As coisas podem estar ruins com ele, mas seriam piores sem ele."

(Reportagem adicional de Alberto Alerigi Jr., em São Paulo, e Andrei Khalip, em Lisboa)

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