Por Leonardo Goy e Cesar Bianconi
BRASÍLIA (Reuters) - A terceira fase do programa Minha Casa Minha Vida, que será lançada entre agosto e setembro, terá um reajuste de ao menos 10 a 11 por cento nos valores dos imóveis, disse em entrevista à Reuters o ministro das Cidades, Gilberto Kassab.
Os valores máximos dos imóveis enquadrados no programa habitacional do governo federal variam por região e também entre as diferentes faixas de renda dos beneficiários. O reajuste mencionado pelo ministro atingirá todas as faixas.
"Temos um grupo de trabalho com construtoras, entidades e governo, coordenado pelo ministério, para definir os valores quando do lançamento (da terceira fase). Não será menor do que 10 ou 11 por cento o reajuste", afirmou Kassab.
Apesar do setor privado reivindicar algum mecanismo automático de reajuste dos preços, Kassab descartou criar um gatilho para os valores dos imóveis.
"É melhor levar por etapas, por fases. É um programa muito grande e se ele não nasce engessado você tem problemas. Você tem de formatar, engessar e cumprir o programa", disse.
O ministro confirmou que a terceira fase do programa terá uma faixa intermediária de renda, entre as atuais faixas 1 e 2. Essa nova faixa deve ser destinada a famílias com renda entre 1,6 mil e 2,3 mil reais por mês.
O ministro disse que a nova faixa terá subsídio "mais próximo da faixa 1 do que da faixa 2", mas evitou dar mais detalhes. A atual faixa 1, que beneficia famílias com renda mensal de até 1,6 mil reais, oferece subsídio de até 95 por cento do valor do imóvel.
Apesar do corte de 5,6 bilhões de reais no orçamento deste ano do programa habitacional, Kassab reiterou que a terceira fase contemplará a contratação de 3 milhões de unidades, porém com os desembolsos mais concentrados nos últimos anos do mandato da presidente Dilma Rousseff.
"É evidente que com essa contenção você vai ter uma concentração maior de investimentos na fase final, em 2017 e 2018. Mas o processo se inicia esse ano, com a contratação dessas 3 milhões (de unidades) restantes", disse o ministro.
Este ano, até 30 de junho, o programa contratou 202.064 unidades e entregou 64.483 moradias. Ao todo, desde seu início, o Minha Casa Minha Vida contratou mais de 3,9 milhões de unidades e entregou cerca de 2,3 milhões.